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PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV

Fique Atento - ftc ead

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Saiba mais...Os argumentos a favor do ensino integrado de ciências ouda ciência integrada, focalizam o caráter unitário da ciência nosentido em que os processos são os mesmos nas diversas disciplinascientíficas, e o acerto pedagógico que haveria, conseqüentemente,a ensinar ciência integrada. Na busca do caráter indiferenciado daciência do ponto de vista do conteúdo, propõem-se tópicos queabrangem várias áreas de conteúdo ou grandes temas que se interrelacionam.Essa indiferenciação de conteúdos parece ser viávelnos níveis mais elementares de ensino, mas dificilmente poderá sermantida posteriormente sem que a natureza própria da Física, daQuímica e da Biologia se descaracterize. Na verdade, essas disciplinasexistem exatamente porque suas naturezas são diferenciáveis.Sendo assim, não há como negar que o ensino da ciência integrada, mesmo comvantagens pedagógicas, afasta-se da forma como o conhecimento científi co se estruturadentro de uma determinada área. Em outras palavras, procura-se ensinar uma ciênciaque não existe e que, por conseguinte, não possui identidade própria. Parece-nos assimpouco provável que através do ensino de ciência integrada se possa veicular umamensagem, ou conjunto de mensagens sobre a ciência, diferente daquele que pode serveiculado juntamente com um conteúdo científi co diferenciado, uma vez que este servenecessariamente de subsídio para aquele.Acreditamos que toda mudança curricular é parte de uma política de desenvolvimentodo país, e, portanto, o currículo deve expressar coerência e articulação com esse projeto.Isso explica, em grande parte, porque o planejamento curricular está adquirindo centralidadenas reformas educativas, especialmente na América Latina. No caso brasileiro, isso seevidencia nas reformas curriculares em curso (PCNs do Ensino Fundamental e Médio eDiretrizes Curriculares Nacionais para a educação básica e superior) e nos mecanismosde avaliação do sistema (Saeb, Enem, ENC, Paiub etc.).Em geral, essas políticas de currículo têm se caracterizado como programas degoverno, isto é, com início e fi m determinados pelos mandatos. Falta tempo para suaimplantação e consolidação no espaço de um governo, acarretando descontinuidadeadministrativa e pedagógica. O mais grave é que tais políticas levam ao descrédito noâmbito escolar, uma vez que os professores não acreditam nelas, e, portanto, não seengajam efetivamente.Fique sabendo!Outro aspecto que deve ser ressaltado é que os movimentos reformistas de 1960e 1970 tiveram fi nanciamento externo no processo de elaboração. Nessas reformas,em geral, as equipes foram bem remuneradas e contaram com o apoio de assessoresestrangeiros. Entretanto, o processo de implementação e manutenção das propostasnão contou com verbas suplementares que garantissem a continuidade. O mesmo podeacontecer na atual reforma curricular do Ensino Médio.A literatura sobre currículo tem demonstrado que geralmente as reformas nãodecorrem de necessidades nacionais coletivas. A transposição curricular estrangeira tem45

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