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EDSON FRANCO,
da Zurich Seguros
covid-19 trouxe com
ela um temor sem
fronteiras e quase um
milhão de mortes e milhões
de infectados em
todos os continentes,
sem exceção. A indústria
de seguros sentiu
os efeitos da doença,
mas também percebeu
que o momento é de
ampliar a conscientização
da sociedade
sobre a importância
da proteção. “A pandemia atacou o que tem de mais
importante para o ser humano, que é a vida. A gente
já percebe uma procura maior por seguros de vida,
e isso é um legado importante que vai ficar da pandemia
por conta dessa questão da necessidade de
proteção”, frisou Santos, da Porto Seguro, que também
destacou que mais que o impacto econômico
decorrente da pandemia o maior desafio ainda está
em internalizar no brasileiro a importância do seguros,
em especial o de pessoas e coletivos.
Portella, da SulAmérica, lamentou as mortes e o
empobrecimento de muitas famílias com a pandemia,
mas destacou que durante o período de quarentena
iniciou-se uma profunda transformação social e que
alguns mitos foram derrubados. “Um deles é o de que
a gente não poderia fazer uma reunião (online) como
essa, alcançando centenas de pessoas, com a mensagem
que se quer passar, porque era melhor fazer fisicamente.
Usamos tudo o que estava disponível para
não perdermos o contato, porque acreditamos que o
mundo vai sair mais humano no final da pandemia”,
concluiu Portella, para quem o mercado de seguros
ainda permanece subpenetrado.
Para reverter esse cenário caracterizado por
uma franca subpenetração do seguro, o fator econômico
precisa ser considerado. Se há crise, há pouco
dinheiro em circulação, logo despenca o consumo
em virtude do empobrecimento das famílias. Será
que diante de contexto adverso como o que vivemos
o caminho para a indústria de seguros é criar novos
produtos, sobretudo mais baratos, mais adequados e
customizados? Ferrara respondeu que a Tokio Marine
ouve o cliente com relação a novos produtos e quem
transmite essa demanda é o corretor. “Ele é a voz do
cliente”, resumiu o executivo. “Numa pesquisa que
fizemos, confesso a vocês o seguinte: por mais tecnológico
que a gente tem de ser, lá no final o cliente
quer o relacionamento humano. Ele fica desesperado
procurando quem é o seu gerente de conta, quem é o
seu 0800, a pessoa que vai atender e não um número.
O lado humano continua contando muito ainda nesse
processo”, completou.
SEM SUSTENTABILIDADE, SEM AVANÇO
Sustentabilidade tornou-se outro indispensável
pilar para a comunicação corporativa do mundo
moderno. Toda empresa que hoje se propõe séria
e comprometida com o mercado deve ter latente
em suas ações e produtos a preocupação constante
com questões de inclusão de gênero, climáticas, e de
governança. O consumidor está mais atento a essas
questões e com mais autonomia para escolher a empresa
com a qual deseja fazer negócios? Franco, da
Zurich, explicou que o tema “sustentabilidade” é, além
de multifacetado, fator determinante para um novo
modelo de gestão nas empresas.
“A gestão moderna de uma empresa já não é
mais uma gestão do acionista, não é mais simplesmente
a gestão do shareholder. É uma gestão dos
stakesholders, que é um sentido mais amplo para
todo o ecossistema que gira em torno da empresa
e do qual a empresa depende. É o acionista, são os
clientes, são os funcionários, são parceiros de distribuição,
incluindo os corretores e a própria comunidade.
As empresas cada vez mais serão avaliadas
pelas suas iniciativas de sustentabilidade lato sensu.
Sustentabilidade de meio ambiente, sustentabilidade
econômica e sustentabilidade do ponto de vista
de transparência e governança. Basta acompanhar
as ameaças a embargos internacionais a produtos de
agronegócio suspeito de participar do desmatamento
na Amazônia”, ressaltou Franco.
Portella, da SulAmérica, concordou com Franco,
e enfatizou na reta final do debate virtual que
a adequação aos princípios de sustentabilidade é
fundamental para imagem da companhia: “Se isso
é uma peça de propaganda? Diria que não. Cultura,
consciência, governança e transparência são caminhos
mais árduos, mas são caminhos mais maduros
para que a imagem do setor se consolide cada vez
mais”, disse Portella, acrescentando: “Fazemos um
trabalho duro, mas o futuro será melhor do que imaginamos.
É assim que vejo o mercado de seguros, é
assim que vejo a gente saindo da pandemia, é assim
que vejo nossa relação com os corretores, com clientes
e até com os concorrentes. Teremos sempre um
futuro melhor porque a gente o constrói diariamente”,
concluiu.
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