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Revista Apólice #258

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EDSON FRANCO,

da Zurich Seguros

covid-19 trouxe com

ela um temor sem

fronteiras e quase um

milhão de mortes e milhões

de infectados em

todos os continentes,

sem exceção. A indústria

de seguros sentiu

os efeitos da doença,

mas também percebeu

que o momento é de

ampliar a conscientização

da sociedade

sobre a importância

da proteção. “A pandemia atacou o que tem de mais

importante para o ser humano, que é a vida. A gente

já percebe uma procura maior por seguros de vida,

e isso é um legado importante que vai ficar da pandemia

por conta dessa questão da necessidade de

proteção”, frisou Santos, da Porto Seguro, que também

destacou que mais que o impacto econômico

decorrente da pandemia o maior desafio ainda está

em internalizar no brasileiro a importância do seguros,

em especial o de pessoas e coletivos.

Portella, da SulAmérica, lamentou as mortes e o

empobrecimento de muitas famílias com a pandemia,

mas destacou que durante o período de quarentena

iniciou-se uma profunda transformação social e que

alguns mitos foram derrubados. “Um deles é o de que

a gente não poderia fazer uma reunião (online) como

essa, alcançando centenas de pessoas, com a mensagem

que se quer passar, porque era melhor fazer fisicamente.

Usamos tudo o que estava disponível para

não perdermos o contato, porque acreditamos que o

mundo vai sair mais humano no final da pandemia”,

concluiu Portella, para quem o mercado de seguros

ainda permanece subpenetrado.

Para reverter esse cenário caracterizado por

uma franca subpenetração do seguro, o fator econômico

precisa ser considerado. Se há crise, há pouco

dinheiro em circulação, logo despenca o consumo

em virtude do empobrecimento das famílias. Será

que diante de contexto adverso como o que vivemos

o caminho para a indústria de seguros é criar novos

produtos, sobretudo mais baratos, mais adequados e

customizados? Ferrara respondeu que a Tokio Marine

ouve o cliente com relação a novos produtos e quem

transmite essa demanda é o corretor. “Ele é a voz do

cliente”, resumiu o executivo. “Numa pesquisa que

fizemos, confesso a vocês o seguinte: por mais tecnológico

que a gente tem de ser, lá no final o cliente

quer o relacionamento humano. Ele fica desesperado

procurando quem é o seu gerente de conta, quem é o

seu 0800, a pessoa que vai atender e não um número.

O lado humano continua contando muito ainda nesse

processo”, completou.

SEM SUSTENTABILIDADE, SEM AVANÇO

Sustentabilidade tornou-se outro indispensável

pilar para a comunicação corporativa do mundo

moderno. Toda empresa que hoje se propõe séria

e comprometida com o mercado deve ter latente

em suas ações e produtos a preocupação constante

com questões de inclusão de gênero, climáticas, e de

governança. O consumidor está mais atento a essas

questões e com mais autonomia para escolher a empresa

com a qual deseja fazer negócios? Franco, da

Zurich, explicou que o tema “sustentabilidade” é, além

de multifacetado, fator determinante para um novo

modelo de gestão nas empresas.

“A gestão moderna de uma empresa já não é

mais uma gestão do acionista, não é mais simplesmente

a gestão do shareholder. É uma gestão dos

stakesholders, que é um sentido mais amplo para

todo o ecossistema que gira em torno da empresa

e do qual a empresa depende. É o acionista, são os

clientes, são os funcionários, são parceiros de distribuição,

incluindo os corretores e a própria comunidade.

As empresas cada vez mais serão avaliadas

pelas suas iniciativas de sustentabilidade lato sensu.

Sustentabilidade de meio ambiente, sustentabilidade

econômica e sustentabilidade do ponto de vista

de transparência e governança. Basta acompanhar

as ameaças a embargos internacionais a produtos de

agronegócio suspeito de participar do desmatamento

na Amazônia”, ressaltou Franco.

Portella, da SulAmérica, concordou com Franco,

e enfatizou na reta final do debate virtual que

a adequação aos princípios de sustentabilidade é

fundamental para imagem da companhia: “Se isso

é uma peça de propaganda? Diria que não. Cultura,

consciência, governança e transparência são caminhos

mais árduos, mas são caminhos mais maduros

para que a imagem do setor se consolide cada vez

mais”, disse Portella, acrescentando: “Fazemos um

trabalho duro, mas o futuro será melhor do que imaginamos.

É assim que vejo o mercado de seguros, é

assim que vejo a gente saindo da pandemia, é assim

que vejo nossa relação com os corretores, com clientes

e até com os concorrentes. Teremos sempre um

futuro melhor porque a gente o constrói diariamente”,

concluiu.

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