21.09.2020 Views

Revista Apólice #258

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

TRANSPORTE

SEGURO DE TRANSPORTES BUSCA SOLUÇÕES PARA

MITIGAR IMPACTO DOS PRIMEIROS MESES DE

QUARENTENA

André Felipe de Lima

O

primeiro semestre deste ano registrou R$ 3,7

bilhões em movimentação de cargas no país,

valor correspondente a um aumento de 10%

comparando-se ao identificado no mesmo período de

2019, e isso em meio à pandemia, que matou milhares

e desencadeou uma profunda crise econômica. Como

indicam dados da Superintendência de Seguros Privados

(Susep), os resultados do seguro de transportes

no acumulado de janeiro a abril registraram uma queda

de 4,2% em relação ao do mesmo período no ano

passado. A arrecadação somou pouco mais de R$ 1 bilhão.

Foi um freio brusco no crescimento deste ramo

de seguros, que chegou a arrecadar em 2019 quase R$

3,5 bilhões em prêmios. Mas, apesar dos solavancos na

economia, a retomada vem sendo rápida, como apontam

especialistas de mercado, fundamentalmente por

conta da intensificação da movimentação de cargas.

Essa recuperação foi tema do painel online “Seguro

de transportes”, realizado no dia 2 de setembro, o giro

de debates do evento “Diálogos Apólice 25 anos”. A

live mediada pela jornalista Kelly Lubiato, editora da

revista Apólice, contou com os debatedores Mariana

Miranda (Argo Seguros) e

Aparecido Rocha (RBM Seguros).

Para Rocha, a primeira

preocupação da área de

seguros para transportes

foi saber se o seu negócio

continuaria permanente,

ou seja, houve uma corrida

imediata para adequar apólices

e se os clientes mante-

MARIANA MIRANDA,

da Argo Seguros

riam a negociação com as

seguradoras. O executivo também

destacou a preocupação

com inadimplência. “Mas muitas

seguradoras tomaram a iniciativa

na frente e ofereceram mais

possibilidades de prorrogações

de pagamento”, disse ele.

O impacto inicial na carteira

de transportes foi sentido

imediatamente, segundo Mariana,

logo que o isolamento social

foi deflagrado e, posteriormente,

deflagrado

uma significativa redução de

mercadoria transportada. “A gente teve um

impacto em abril, que foi bem negativo. Houve uma

redução de, aproximadamente, 20% de movimentação.

Em março, como a gente ainda teve a metade do

mês e algumas empresas anteciparam o faturamento,

não houve uma redução tão drástica, mas abril e maio

foram meses em que a gente teve uma percepção

bem ruim. Houve uma movimentação bem abaixo

em relação aos meses anteriores. Mas em maio começamos

a retomar e, agora em julho, a conseguimos

comparar mais ou menos com julho de 2019. Mas os

três primeiros meses do Transporte estavam bem positivos,

a economia estava melhorando, enfim, tínhamos

uma perspectiva de crescimento muito positiva”,

ressaltou a executiva da Argo.

POUCAS SEGURADORAS ATUAM NO RAMO

Hoje, no Brasil, existem, aproximadamente,

130 seguradoras trabalhando com praticamente todos

os ramos de seguro. Especificamente no ramo de

transporte, há em torno de 25 seguradoras. Mas porque

somente 25? Rocha respondeu: “Primeiramente,

o volume de transportes diante de todo o cenário

brasileiro de seguros é muito pequeno, ele representa

menos de 4% da arrecadação no volume de prêmios.

Embora seja considerado um ramo nobre e muito lucrativo,

talvez isso intimide alguns seguradores para

participarem desse ramo.”

A tecnologia que já atendia o ramo de Transportes

já estava preparada para o período de pandemia?

Ou seja, as tecnologias existentes foram suficientes

para garantir a atividade do setor, mesmo com o

isolamento social? Para Mariana, a resposta é “muito

binária”, porque as empresas de logística também sofreram

como as demais de outros segmentos que cercam

a área de transportes.

40

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!