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Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo

Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico

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imo Morigi, Repubblicanesimo Geopolitico: Pombalina ed altre precursioni lusitane, Pagina 108 di (

118 | CAUSA PÚBLICA

de mapas e de fronteiras. Sob essa perspectiva, como afirma Pocock 1 , os

textos são eventos que fazem história, especialmente em dois sentidos.

São acções acabadas em contextos linguísticos que tornam possíveis

essas mesmas acções, as condicionam e sobre elas têm um papel constrangedor,

mas que por elas são também modificados. Os textos, quer

sejam individuais, quer cumulativos, têm efeitos sobre as linguagens

em cujo âmbito operam. Da mesma feita, informam, propulsionando

novas palavras, novos factos, novas percepções e também novas regras

de jogo. De um modo que tem tanto de gradual como de catastrófico, a

matriz linguística é modificada pelos actos que ela própria leva a cabo.

O texto é, na verdade, um actor da própria história e, sendo polivalente,

age como uma multiplicidade de histórias concorrentes. Trata -se

de um aspecto bastante complexo, mas que condensa, com efeito, uma

das formas mais fáceis de conceber uma história do discurso público.

Pocock vai mais além, quando afirma que, se tivesse de escrever uma

história de conjunto sobre o pensamento político da Grã -Bretanha, a

organizaria, muito provavelmente, em torno da ascensão, da mudança

e do declínio dos vários léxicos através dos quais, ao longo do tempo,

foi veiculada.

Por uma questão de clareza expositiva, sublinhamos os pontos mais

importantes dessa posição, desenvolvendo as respectivas consequências.

1) Os textos são, eles próprios, eventos, em todas as circunstâncias,

mesmo quando as suas recaídas na história événementielle são

irrelevantes ou nulas. E, enquanto eventos, são contextualizados, ou

seja, devem ser avaliados como uma espécie de acção/reacção a um

contexto externo.

2) Se os textos são condicionados pelo contexto linguístico e/ou

histórico no qual têm a sua génese, por sua vez, não se limitam a reagir

a esse contexto passivamente, mas condicionam de forma directa

o ambiente linguístico e histórico no qual vêm à luz. Essa acção de

reorganização ambiental por parte do texto pode -se processar quer

gradual, quer catastroficamente. Em qualquer dos casos, ocorra ela

1

John Greville Agard Pocock, Politics, Language and Time. Essays on Political

Thought and History (Chiacago, 1989), trad. it. de Giuseppe Gadda Conti, Politica,

linguaggio e storia. Scritti scelti, prefazione a cura di Ettore A. Albertoni,

Milano, Edizioni di Comunità, 1990, em particular p. 251.

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