Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo
Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico
Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico
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imo Morigi, Repubblicanesimo Geopolitico: Pombalina ed altre precursioni lusitane, Pagina 119 di (
UMA GUERRA SEMÂNTICA INFINITA | 129
um lado contribuiu para dilatar o seu mito, por outro lado roubou-
-lhe a simpatia dos sectores mais informados do mundo republicano.
A esse propósito, basta recordar a desastrosa expedição mazziniana
dos irmãos Bandiera, ainda antes de 1848; a subsequente revolta de
Milão, sangrenta e falhada; ou a expedição de Carlo Pisacane a Sapri,
igualmente frustrada, que apesar de não ser directamente inspirada
por Mazzini foi levada a cabo com metodologia mazziniana. Assim se
compreende o desespero e o isolamento final do apóstolo de Génova,
entre a primeira e a segunda guerras da independência.
Não obstante a progressiva neutralização política de Mazzini, a sua
fama continuará a crescer. Permanecerão vivas, em particular, as suas
reflexões republicanas. Estavam destinadas a perdurar como objectivo
político de vastas camadas da população italiana, em parte pela imprecisão
com que as formulava o seu principal e heróico promotor, em
parte pela grandeza moral que lhe era publicamente reconhecida, mas
sobretudo pelo êxito moderado e antipopular da unificação italiana
sob o brasão da casa real de Sabóia. Com as suas prédicas, a criação de
uma república italiana, então considerada utópica, recebia prontamente
uma ratificação quase sagrada.
Em Mazzini, especialmente em Doveri dell’uomo, há que notar uma
profunda indeterminação do conceito (a este propósito devia -se falar
de mito) de república. É certo que esse é um sinal desfavorável da
consistência teórica e dos aspectos e desenvolvimentos nada democráticos
do seu apostolado e do seu pensamento político. Mas ofereceu
também uma oportunidade para a difusão do mito de república, numa
Itália recentemente unificada e dominada pela casa real de Sabóia.
Contudo, o mito mazziniano de república não podia viver dos rendimentos
para sempre, ou seja, não podia continuar a lucrar à custa das
desgraças, presumidas ou reais que fossem, decorrentes da unificação
levada a cabo pelos Sabóia. Numa visão retrospectiva, é evidente que
o ressentimento popular, que inicialmente encontrou expressão no
mito republicano, necessitava de soluções positivas, e que o socialismo
nascente, ao corroer cada vez mais a base social do mundo republicano
e mazziniano, respondia exactamente a essa exigência.
Não é este o local adequado para recapitular a história da diminuição
progressiva da esfera política e associativa dos herdeiros de
Mazzini por obra dos epígonos de Karl Marx. Para a nossa exposição,