Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo
Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico
Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico
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imo Morigi, Repubblicanesimo Geopolitico: Pombalina ed altre precursioni lusitane, Pagina 113 di (
UMA GUERRA SEMÂNTICA INFINITA | 123
num precário equilíbrio entre uma visão identitária exclusivista e autoritária,
e uma outra, mais atenta ao papel que a Itália devia desempenhar
na concertação europeia, alinhando pela harmonização. Se não,
veja -se, a esse propósito, a natureza ambígua do conceito mazziniano,
recuperado por Fichte, da missão de todas as nações, uma missão que,
no que à Itália diz respeito, Mazzini sustentava ser a de assumir a liderança
do movimento de libertação das nações oprimidas. Mas nessa
transformação do ambiente político -cultural, actua também catastroficamente,
tornando -se, por conseguinte, uma das principais fontes de
inspiração do fascismo ou, melhor dizendo, de uma facção do fascismo,
a menos reaccionária e a mais sensível ao legado do Risorgimento.
Particularmente eficaz e adequado à interpretação de Doveri dell’uomo,
continuando a seguir o pensamento de Pocock, é considerar este texto
como um evento, mas um evento no qual opera uma multiplicidade de
histórias concorrentes. São bem conhecidas as influências recebidas por
Mazzini, ao longo da sua vida, na formulação do seu pensamento, sem
dúvida sugestivo, mas que não é sistemático e cai em contínuas contradições.
Vão de Rousseau até de Maistre e Lamennais, mas Mazzini
só costumava reconhecer de boa vontade as dívidas contraídas para
com Lamennais. Todavia, para lá das várias histórias concorrentes
no seu pensamento e em Doveri dell’uomo, os diversos estudiosos do
exilado genovês nunca colocaram em questão o seu fervoroso republicanismo.
Facto é que, em certas ocasiões, quando parecia que este ou
aquele soberano podia ser cooptado para a guerra de libertação das
potências estrangeiras, se reconhece que Mazzini chegou a descartar
publicamente o objectivo de criação de uma república. Mas essa é
considerada uma espécie de concessão à realpolitik, uma dimensão
que, apesar de não lhe ser alheia, não afectou minimamente o seu
republicanismo fervoroso.
Será certamente assim (é seguramente assim), mas a análise das
ocorrências lexicais em Doveri dell’uomo reserva -nos não poucas surpresas,
graças à multiplicidade de histórias concorrentes que se movem
nesse texto e à sua importância no âmbito da economia semântica que
dinamiza. A palavra Dio é usada 207 vezes, Patria 105, nazione 75,
dovere 55 (doveri, no plural, 75), diritto 61 (diritti, no plural, 78). Até
aqui, a análise das ocorrências não nos reservou grandes surpresas.
No sistema mazziniano, sabemo -lo bem, a ideia de Deus é central.