Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo
Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico
Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico
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imo Morigi, Repubblicanesimo Geopolitico: Pombalina ed altre precursioni lusitane, Pagina 114 di (
124 | CAUSA PÚBLICA
À diferença do catolicismo, não encontrava a sua autenticação numa
hierarquia sacerdotal, com o Papa no topo, mas na comunhão directa
com o povo que, inspirado por Deus, se havia de libertar da escravidão
do estrangeiro. Daqui deriva a fórmula “Deus e povo”, a qual, para
além de ser o mais famoso slogan mazziniano, inspirou directamente o
artigo 32.º da Constituição da República Romana de 1849 6 . Podemos
igualmente constatar sem surpresa as 55 ocorrências de dovere (e 75
do seu plural) e as 61 ocorrências de diritto (e 78 do seu plural), na
medida em que, também neste caso, é bem conhecida a convicção
da necessidade de fazer prevalecer os deveres sobre os direitos que
sempre animou Mazzini, a ser entendida para além do mero cômputo
numérico, e que é amplamente desenvolvida no livro em questão, logo
a partir do seu título 7 . No que respeita à superioridade do índice de
Patria (105 vezes) relativamente ao de nazione (75 vezes), unicamente
a partir deste facto não é de todo lícito asseverar a prevalência, dentro
do texto, de um conceito de Pátria entendido no sentido do republicanismo
clássico, sobre um conceito de nação entendido exactamente
como ligação exclusivista a uma determinada etnia, a uma determinada
religião ou a uma determinada cultura. Como escreve Viroli, a pátria
não é entendida como ligação a uma religião, a um grupo étnico ou a
uma cultura em particular, mas como adesão aos valores políticos da
república e ao modo de vida e à cultura que se inspiram nesses valores 8 .
De facto, tende a prevalecer, em toda a obra de Mazzini, e assim
também em Doveri dell’uomo, um conceito de Pátria enquanto escolha
voluntária e consciente de um povo que se reconhece como tal. Mas
é igualmente verdade que nessa escolha de reconhecimento assumem
6
Citamos integralmente o artigo 32.º da Constituição da República Romana:
“Le leggi adottate dall’Assemblea vengono senza ritardo promulgate dal
Consolato in nome di Dio e del popolo. Se il Consolato indugia, il presidente
dell’Assemblea fa la promulgazione”.
7
Quatro capítulos, do 4.° ao 7.°, começam com a palavra doveri: Cap. IV,
“Doveri verso l’umanità”; Cap. V, “Doveri verso la Patria”; Cap. VI, “Doveri
verso la famiglia”; Cap. VII, “Doveri verso se stesso”.
8
Maurizio Viroli, “Discussione americana e caso italiano”, in Martha Nussbaum/
Gian Enrico Rusconi/Maurizio Viroli, Piccole patrie, grande mondo, Milano,
Reset, 1995, p. 18.