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Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo

Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico

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imo Morigi, Repubblicanesimo Geopolitico: Pombalina ed altre precursioni lusitane, Pagina 121 di (

UMA GUERRA SEMÂNTICA INFINITA | 131

Contudo, essa fama de republicano integérrimo e intransigente

sofreu um duríssimo golpe quando, em 1878, por ocasião de uma visita

da família real a Bolonha, escreveu a Ode alla Regina d’Italia em honra

da Rainha Margarida, admiradora dos seus versos. Foi por isso acusado

de se ter convertido à monarquia. As fortes polémicas suscitadas pelos

republicanos, por causa da Ode, reacenderam -se em 1882, quando

Carducci deu à estampa o Eterno femminino regale 11 , no qual se defendia

vigorosamente, com uma linha de argumentação assaz singular, das

acusações de se ter vendido à monarquia. Baseava -se na reconstrução

do seu encontro, como poeta, com a Rainha, quatro anos antes, quando

a soberana lhe apareceu com o seu esplendor quase divino, “spiccante

mite in bianco, bionda e gemmata”. Daqui decorre uma espécie de

fascinação por esta figura feminina e uma espécie de reconhecimento

reverente para com aquela que era, no seu dizer, a mais fulgente e real

expressão do eterno feminino, origem do título do livro, Eterno femminino

regale. Quer se considere o poeta um “vendido” à monarquia, quer

se julgue o seu novo posicionamento público apenas consequência de

um senil amor platónico pela figura da consorte do Rei, mesmo depois da

paixão femminina Carducci não esquecerá as suas raízes republicanas.

A 30 de Setembro de 1894, o poeta profere um discurso na República

de San Marino, La libertà perpetua di San Marino 12 , por ocasião da

inauguração do novo Palácio do Governo daquela pequena república.

Nesse discurso, expressa um profundíssimo sentimento de amor pela

República de San Marino, algum tempo depois de ter sido acusado da

sua mudança, com armas e bagagens, para o terreno da monarquia. Não

é apenas um documento interessantíssimo, que testemunha a posição

undívaga do poeta face ao dilema monarquia/república, mas é também

de extremo interesse, ao anunciar uma doutrina republicana que já se

separara totalmente do mazzinianismo original e que se encontrava

directamente relacionada com o filão do republicanismo clássico, tendo

11

Giosuè Carducci, Eterno femminino regale. Dalle mie memorie, Roma,

Sommaruga, 1882.

12

Giosuè Carducci, La libertà perpetua di S. Marino. Discorso al Senato e al popolo,

30 settembre 1894, Bologna, Zanichelli, 1894. Em virtude da raridade do original,

cita -se La libertà perpetua de http://www.liberliber.it/biblioteca/c/carducci/

la_liberta_perpetua_di_san_marino/pdf/carducci_la_liberta_perpetua.pdf .

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