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Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo

Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico

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imo Morigi, Repubblicanesimo Geopolitico: Pombalina ed altre precursioni lusitane, Pagina 111 di (

UMA GUERRA SEMÂNTICA INFINITA | 121

concretamente para derrubarem as instituições através da violência,

devem ser respeitadas e defendidas. Isso não é mais, justamente, do

que uma profunda mistificação do pensamento mazziniano. De facto,

não é por acaso que alguns dos principais líderes (aliás, de entre os mais

interessantes sob o ponto de vista ideológico, político e humano) do

fascismo italiano irão encontrar inspiração e orientação espiritual na

figura, na acção e na personalidade de Giuseppe Mazzini: Dino Grandi,

Giuseppe Bottai e assim sucessivamente, até ao mítico aviador Italo

Balbo. E também não é por acaso que Mazzini, para além de constituir

uma veia permanente de inspiração propagandística ao longo das

duas décadas da ditadura fascista, é considerado pela República Social

Italiana o seu principal precursor ideológico 4 . À luz da leitura superficial

e indulgente do totalitarismo italiano que dominou até há pouquíssimo

tempo e que, à margem das suas divisões partidário -ideológicas,

considerava o fascismo tão só como um violento e gigantesco bluff,

imposto pela força à inocente sociedade italiana, todas as interpretações

históricas se limitaram a validar essa utilização de Mazzini por parte

do fascismo, como se se tratasse de uma instrumentalização. Ora, De

Felice, à parte algumas ingenuidades metodológicas, tem o mérito

ímpar de ter sido o primeiro crítico a colocar definitivamente de lado

todas as interpretações do fascismo que auto -absolviam o nosso país.

Nesse âmbito, Mazzini não é propriamente considerado, com toda a

justiça, o principal precursor do fascismo. Tenha -se em linha de conta,

a esse propósito, a evidente diferença entre a situação histórica em que

4

Para uma leitura do pensamento de Giuseppe Mazzini, com referência ao

directo e profundo influxo que no campo do autoritarismo e do totalitarismo

exerceu sobre a mentalidade e a cultura de muitos sequazes de Mussolini, e

que por isso em última análise não é instrumentalizado pelo fascismo, como

pretendiam, diferentemente, muitos dos seus interessantes defensores, pode-se

ler, finalmente, a análise definitiva (e corajosa) elaborada por Simon Levis

Sullam, L’apostolo a brandelli. L’eredità di Mazzini tra Risorgimento e fascismo,

Roma/Bari, Laterza, 2010. Segundo esta tese, o fascismo não deturpou o

pensamento mazziniano, ponto de vista já anteriormente formulado em id.,

“The Moses of Italian Unity: Mazzini and Nationalism as Political Religion”, in

C. A. Bayly/Eugenio F. Biagini (eds.), Giuseppe Mazzini and the Globalisation

of Democratic Nationalism (1830 -1920), Oxford, Oxford University Press,

2008, pp. 107 -124.

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