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Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo

Repubblicanesimo Geopolitico. Pombalina ed altre Precursioni Lusitane, Massimo Morigi, Neo-marxismo: conferenze portoghesi sul repubblicanesimo geopolitico

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imo Morigi, Repubblicanesimo Geopolitico: Pombalina ed altre precursioni lusitane, Pagina 129 di (

UMA GUERRA SEMÂNTICA INFINITA | 139

conceito de pátria na clássica acepção republicana. Apesar da sua

insistente recorrência, também neste caso o termo república é, em

definitivo, um termo vazio, se não mesmo deteriorado relativamente

a qualquer tradição política que tenha abordado o tema da república.

A isso se faz referência no artigo 1.º da Constituição, que tem a seguinte

redação: “L’Italia è una Repubblica democratica, fondata sul lavoro.

La sovranità appartiene al popolo, che l’esercita nelle forme e nei

limiti della Costituzione.” Ora, para além da banalíssima consideração

de que nem a república, nem a monarquia podem prescindir da vida

material e económica dos seus cidadãos ou dos seus súbditos, o erro

fundamental, em matéria de filosofia política, que se concretiza no

artigo primeiro, é o de confundir o conceito de vida pública com o de

organização económica.

Sem invocar as considerações fundamentais que sobre o assunto

podiam ser feitas a partir de The Human Condition de Hannah

Arendt 20 , e perspectivando a questão apenas sob o ponto de vista

histórico, tratou -se de uma concessão feita ao Partido Comunista. Na

prática, tendo em linha de conta as relações de força no plano interno e

internacional, não era possível a construção de um socialismo soviético

em Itália. A propósito da cultura política resultante do segundo pós-

-guerra, que encontrou uma expressão consequente na Constituição

italiana, escreveu Gian Enrico Rusconi 21 :

20

Recorde -se, porém, o passo em que Arendt nota que a verdade mais desconsoladora

é a de que o triunfo alcançado pelo mundo moderno sobre as

necessidades mais prementes foi conseguido pela emancipação através do

trabalho. Ao animal laborans, foram dadas condições para ocupar a esfera

pública. Todavia, tendo em linha de conta o tempo que o animal laborans

dedica ao trabalho, não pode haver uma verdadeira esfera pública, mas apenas

actividades particulares exibidas de forma aberta (Hannah Arendt, Vita activa.

La condizione umana, introduzione di Alessandro dal Lago, Milano, Bompiani,

2005, trad. Sergio Finzi, pp. 95 -95 ).

21

Gian Enrico Rusconi, Possiamo fare a meno di una religione civile?, Roma/

Bari, Laterza, 1999, p. 25. Todavia, pelo que diz respeito à extinção, de algum

tempo a esta parte, de “ogni memoria del repubblicanesimo classico”, acabámos

de mostrar, através da exegese de La libertà eterna di San Marino, a inconsistência

histórica dessa afirmação.

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