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mas também <strong>para</strong> perdoar e fazê-lo levantar-se:<br />
“Assim como velei sobre eles <strong>para</strong> arrancar, <strong>para</strong><br />
arrasar, <strong>para</strong> d<strong>em</strong>olir, <strong>para</strong> exterminar e <strong>para</strong><br />
afligir, assim também velarei sobre eles <strong>para</strong><br />
construir e <strong>para</strong> plantar, oráculo de Iahweh”<br />
(Jr 31,28).<br />
Para uma espiritualidade ecológica, não<br />
pod<strong>em</strong>os deixar de resgatar as denúncias e as<br />
propostas levantadas pelo movimento profético.<br />
Elas oferec<strong>em</strong> subsídios importantes <strong>para</strong> a reflexão<br />
e o posicionamento diante da gravidade do<br />
momento histórico <strong>em</strong> que nos encontramos.<br />
O que t<strong>em</strong>os de entender é que a crise social<br />
e a crise ecológica que estamos vivenciando<br />
brotam do mesmo modelo de desenvolvimento.<br />
São intrínsecas ao atual modelo de<br />
sociedade. Para o livre-comércio, a livre<br />
circulação das mercadorias, e <strong>para</strong> o livre<br />
trânsito do capital, não interessa nenhum<br />
tipo de regulamentação, seja de proteção<br />
aos direitos trabalhistas, seja de proteção às<br />
culturas e aos povos nativos e originários,<br />
seja de proteção ambiental. O atual modelo<br />
econômico direcionado <strong>para</strong> a reprodução<br />
do capital devora tanto as pessoas quanto as<br />
culturas, tanto as florestas quanto o restante<br />
do patrimônio hídrico-natural (Dietrich,<br />
2007, p. 79).<br />
O que t<strong>em</strong>os de entender também é que, se<br />
dentro de cada um de nós, <strong>para</strong>fraseando L. Boff,<br />
existe um Homo d<strong>em</strong>ens, capaz de destruição e<br />
de morte, existe também o Homo sapiens, capaz<br />
de reconstruir as condições <strong>para</strong> um mundo solidário.<br />
A fé que herdamos da tradição profética<br />
nos impulsiona a trilhar o caminho da justiça e<br />
salvar o planeta.<br />
4. Água e árvores no deserto<br />
No exílio da Babilônia (séc. VI a.C.), à medida<br />
que passam os anos, cresce o desespero dos<br />
que foram retirados de sua terra, com a sensação<br />
de um futuro fechado. Novamente, Deus<br />
mostra seu rosto amigo, prometendo assumir o<br />
pastoreio de suas ovelhas dispersas, suscitando<br />
corag<strong>em</strong> e reunindo os “ossos secos”, a fim de<br />
que form<strong>em</strong> um corpo cheio de vida (cf. Ez 34<br />
e 37). Também agora, nessa difícil situação,<br />
Deus renova a aliança: “Concluirei com eles<br />
uma aliança de paz e extirparei da terra as feras,<br />
EM DESTAQUE, A<br />
COLEÇÃO ESTUDOS<br />
ANTROPOLÓGICOS<br />
296 págs.<br />
Repensar a igualdade de oportunidades<br />
Patrick Savidan<br />
Para que uma sociedade seja b<strong>em</strong> ordenada, é<br />
necessário também que ela seja uma sociedade<br />
justa no plano social, garantindo que seus indivíduos<br />
endoss<strong>em</strong> os princípios que a sustentam e ajam de<br />
forma consequente. Partindo desse princípio, o livro<br />
percorre a história das ideias e tenta compreender<br />
como a desigualdade foi inscrita <strong>em</strong> nosso imaginário<br />
social.<br />
192 págs.<br />
A rota antiga dos homens perversos<br />
René Girard<br />
Dividida <strong>em</strong> cinco capítulos, essa obra trata de um<br />
assunto ao qual a tradição concede pouca atenção<br />
— o livro bíblico de Jó —, confi rmando-se como<br />
obra inovadora e referência <strong>para</strong> pesquisas e estudos<br />
aprofundados.<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277 15