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QUINTA-FEIRA SANTA (21 de abril)<br />

CELEBRAÇÃO: MEMÓRIA E<br />

COMPROMISSO<br />

I. INTRODUÇÃO GERAL<br />

O povo de Israel faz m<strong>em</strong>ória dos atos<br />

libertadores de Deus ao longo de sua história.<br />

A Páscoa israelita é celebração da m<strong>em</strong>ória<br />

do grande acontecimento do êxodo. Deus<br />

suscita o movimento dos escravizados e os põe<br />

<strong>em</strong> caminhada rumo a uma terra s<strong>em</strong> males.<br />

A graça divina está ligada com a disposição<br />

humana. Cada família, unida à comunidade,<br />

celebra a libertação num espírito de caminhada<br />

e compromisso (I leitura). As comunidades<br />

cristãs reún<strong>em</strong>-se frequent<strong>em</strong>ente <strong>para</strong> celebrar<br />

a m<strong>em</strong>ória de Jesus morto e ressuscitado<br />

por meio da ceia sagrada. Esta deve refletir<br />

o relacionamento comunitário baseado na<br />

solidariedade, na justiça e na fraternidade. A<br />

eucaristia é a grande graça que proporciona<br />

comunhão com o Senhor e com o próximo (II<br />

leitura). Jesus, o Mestre e o Senhor, deixou o<br />

ex<strong>em</strong>plo de serviço humilde como caminho de<br />

uma sociedade fraterna. Os discípulos dev<strong>em</strong><br />

praticar o que Jesus ensinou, lavando os pés<br />

uns dos outros (Evangelho). Nós, como seus<br />

seguidores, não pod<strong>em</strong>os quebrar a corrente<br />

do amor que nos une uns aos outros. Como fez<br />

Jesus, somos convidados a entregar humild<strong>em</strong>ente<br />

a nossa vida, promovendo as condições<br />

de vida digna <strong>para</strong> todos.<br />

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS<br />

1. I leitura (Ex 12,1-8.11-14): Celebrar a<br />

Páscoa no espírito de caminhada<br />

O relato da celebração da Páscoa israelita<br />

está inserido no contexto do movimento de<br />

libertação da escravidão no Egito. É a atualização<br />

de um ritual antigo, realizado entre os<br />

pastores, <strong>para</strong> reconciliar-se com a divindade,<br />

afastar os maus espíritos e, assim, assegurar<br />

o b<strong>em</strong>-estar das famílias com seus rebanhos.<br />

A experiência da libertação dos escravos<br />

no Egito torna-se a marca registrada de sua<br />

própria identidade. O povo de Israel nasceu<br />

com o êxodo. Diversos grupos de diferentes<br />

origens un<strong>em</strong>-se ao redor de um projeto de<br />

liberdade e autonomia. Pouco a pouco, vai se<br />

firmando a consciência de pertença ao “povo<br />

de Deus”. De fato, somente sob a intervenção<br />

divina foi possível a caminhada de libertação.<br />

Essa certeza atravessa as gerações, conforme<br />

constatamos nos diversos escritos do Primeiro<br />

Testamento.<br />

A celebração da Páscoa foi sendo adotada<br />

por Israel como m<strong>em</strong>ória ex<strong>em</strong>plar do acontecimento<br />

fundante do êxodo. Ela atualiza a<br />

presença de Deus na história do povo. É uma<br />

presença atenta e atuante na defesa da vida<br />

das pessoas oprimidas. Celebrar a m<strong>em</strong>ória<br />

do êxodo, portanto, significa reavivar a consciência<br />

de ser um povo abençoado. Significa<br />

reanimar o povo <strong>para</strong> a fidelidade à aliança<br />

com Deus, que é companheiro na caminhada.<br />

É comprometer-se, no presente, com o<br />

processo de libertação. A Páscoa, portanto, é<br />

m<strong>em</strong>ória subversiva.<br />

Unindo el<strong>em</strong>entos antigos e novos, a narrativa<br />

da Páscoa enfatiza a necessidade da<br />

celebração por ord<strong>em</strong> divina, num dia preciso,<br />

no “primeiro mês do ano”. Corresponde ao<br />

início da primavera, t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que desabrocha<br />

a vida nova. O cordeiro é essencial nessa<br />

celebração: é a oferta de cada família e de toda<br />

a comunidade, <strong>em</strong> reconhecimento à bondade<br />

divina. Para isso, é escolhido e pre<strong>para</strong>do um<br />

cordeiro, s<strong>em</strong> defeito, <strong>para</strong> imolá-lo. A integridade<br />

física do animal é o que de melhor<br />

o povo pode ofertar a Deus como sinal de<br />

gratidão por tudo o que ele oferece.<br />

O sangue <strong>para</strong> marcar a porta da casa t<strong>em</strong> o<br />

sentido de garantia de vida <strong>para</strong> as pessoas que<br />

nela habitam. É um povo eleito sob a proteção<br />

de Deus. Não será atingido pela última praga,<br />

ou seja, a morte dos primogênitos (a narrativa<br />

da Páscoa está situada entre a penúltima e a<br />

última praga). Assim, o povo terá um futuro<br />

garantido sob as bênçãos divinas.<br />

A refeição é feita num clima de urgência<br />

– rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na<br />

mão –, atualizando assim a movimentação<br />

do povo escravizado <strong>em</strong> vista de sua libertação.<br />

Com ervas amargas, <strong>para</strong> l<strong>em</strong>brar a<br />

vida difícil do povo enquanto escravo no<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277 53

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