24 consome o equivalente a 9,6 hectares de recursos do planeta. Com menos de 5% da população mundial, os Estados Unidos consom<strong>em</strong> 26% do petróleo, 25% do carvão mineral e 27% do gás natural mundial. 4. Raízes do probl<strong>em</strong>a Quando falamos <strong>em</strong> mudança, é preciso investigar as raízes verdadeiras da crise ambiental, <strong>para</strong> não nos iludirmos com mudanças cosméticas ou investir nossas energias e esforços apenas na minimização dos efeitos da crise ambiental, s<strong>em</strong> tocar nas causas. Por ex<strong>em</strong>plo, é ilusão achar que a ciência e a tecnologia limpa serão capazes de dar conta da crise ambiental, ou que a simples existência de informação ambiental e educação ambiental será capaz de nos conduzir <strong>para</strong> fora da crise. Não vão, porque por trás da crise não está ausência de ciência, de tecnologia, de informação ou de educação ambiental, mas sim uma estrutura de apropriação de recursos e de acumulação de riquezas que perdurará independent<strong>em</strong>ente da tecnologia (se suja ou limpa) e da existência ou não de d<strong>em</strong>ocratização da informação ambiental ou de educação ambiental. Entretanto, se a ciência e a tecnologia, a informação e a educação ambiental, por si sós, não são capazes de solucionar os probl<strong>em</strong>as provocados pela crise ambiental, s<strong>em</strong> elas é que a sociedade não terá a menor chance de sair dessa crise. Por outro lado, também é uma ilusão achar que o mundo melhor que quer<strong>em</strong>os, mais ecológico, justo, pacífico e d<strong>em</strong>ocrático, começa no outro, depende dos governos, das <strong>em</strong>presas, do vizinho. Confúcio disse, há cerca de 5 mil anos, que, se alguém quisesse mudar o mundo, teria de começar por si mesmo, pois, mudando a si próprio, sua casa mudaria. Mudando sua casa, a rua mudaria. Mudando a rua, o bairro mudaria. Mudando o bairro, mudaria o município e assim por diante, até mudar o mundo. Na verdade, são lutas consecutivas. Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que t<strong>em</strong>os de nos preocupar <strong>em</strong> sermos pessoas melhores, menos poluidoras, menos desperdiçadoras de recursos naturais, menos egoístas e materialistas, também precisamos ser melhores consumidores – capazes de dizer não aos produtos de <strong>em</strong>presas que não respeitam o meio ambiente e as pessoas – e também melhores cidadãos, evitando resumir nossa cidadania ao ato de votar a cada eleição, mas transformando o voto num instrumento de transformação da realidade e acompanhando o mandato dos que eleg<strong>em</strong>os <strong>para</strong> cobrar deles posturas e ações do interesse do <strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277 meio ambiente e da população. E esse exercício da cidadania não deve se resumir apenas ao aspecto eleitoral, mas incluir a atuação direta, por ex<strong>em</strong>plo, por intermédio da sociedade civil organizada, pois, quanto mais organizados estivermos, mais fortes e menos vulneráveis ser<strong>em</strong>os. A questão mais fundamental não é se o ser humano vai conseguir escolher ser sustentável ecossocioeconomicamente ou se vai permanecer na atual trajetória suicida. Por trás dessas escolhas, estão questões muito mais antigas no espírito humano, sobre as quais filósofos e líderes religiosos têm se debruçado há milênios: como o ser humano pode ser sensibilizado a escolher entre a generosidade e a mesquinhez, o engajamento e a indiferença, a ganância e a solidariedade? A história nos mostra que algumas sociedades conseguiram mudar, e por isso prosperaram, e outras não, e por isso desapareceram. Albert Einstein dá uma dica: “Nosso maior erro é fazer s<strong>em</strong>pre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”. E Gandhi tentou nos alertar quando disse que “a Terra t<strong>em</strong> o suficiente <strong>para</strong> a necessidade de todos, mas não <strong>para</strong> a ganância de uns poucos”. Aquilo a que estamos assistindo nos últimos anos é um processo de ruptura, <strong>em</strong> que uma economia de mais de 250 anos, baseada na queima de combustíveis fósseis e no desmatamento, começa a ceder lugar a outra economia, das energias renováveis e da floresta <strong>em</strong> pé. Essa nova economia limpa ainda não é a dominante, mas, a cada dia que passa, torna-se mais e mais visível, substituindo a outra suja, independent<strong>em</strong>ente das mudanças de cima <strong>para</strong> baixo! Quando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), medida proposta pelo Brasil no Protocolo de Kyoto, entrou <strong>em</strong> vigor <strong>em</strong> 2005, quando a Rússia assinou o protocolo, alcançando 55% dos países signatários, já encontrou intenso mercado de créditos de carbono <strong>em</strong> andamento, o surgimento de novas tecnologias limpas e indústrias <strong>em</strong> processo de gestão ambiental na busca da ecoeficiência no uso de materiais e na gestão de seus resíduos e negócios. Talvez até consigamos, com alguma dificuldade, migrar definitivamente de uma economia suja e suicida <strong>para</strong> outra limpa e comprometida com a vida, mas a nossa mudança mais desafiadora está na capacidade de sermos mais generosos e solidários e menos egoístas, gananciosos e indiferentes à dor e ao sofrimento alheio. Pois talvez até consigamos dar uma sobrevida à nossa espécie sobre o planeta, mas valerá a pena, se perdermos a nossa humanidade?
Caminhar com Jesus, luz do mundo, é ter a certeza de que Ele s<strong>em</strong>pre está conosco! Via Lucis Via sacra e ressurreição Pe. Leomar Antônio Brustolin Este livro é um válido diálogo que os autores mantêm com a Via Crucis de Jesus. Via Lucis é uma meditação orante sobre os mistérios gloriosos do Senhor, na qual são rezados os eventos compreendidos entre a Ressurreição e o Pentecostes, dispostos <strong>em</strong> Quinze Estações. Celebrar a Páscoa Darlei Zanon Este livro exalta a vitória da vida sobre a morte a partir do relato do calvário de Jesus e de passagens bíblicas. Belas fotos acompanham os textos. 80 páginas 20 faixas 32 páginas Creio na ressurreição do corpo Meditações M dit õ Rub<strong>em</strong> Alves Rub<strong>em</strong> Alves escreve estas meditações como celebrações da ressurreição, procurando encontrar Deus na realidade do corpo. 40 40 0 páginas páginas áá ii As crianças cantam a Páscoa e Pentecostes Duração: 51’31’’ Feitas <strong>para</strong> ser<strong>em</strong> usadas na missa com as crianças, as melodias litúrgicas deste CD são um convite à promoção da justiça e da paz. <strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277 25