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32<br />
o código moral que devia perpassar por todas<br />
as áreas da vida. As desgraças, os exílios e<br />
outros males sociais eram interpretados como<br />
consequências da infidelidade à Lei de Moisés.<br />
A bênção de Deus estava vinculada com<br />
a prática dos mandamentos. Compreende-se,<br />
então, a importância da firme decisão de seguir<br />
a Deus que se revelou na história do povo de<br />
Israel. Não pode haver neutralidade: ou se está<br />
a favor ou contra. Qu<strong>em</strong> se posiciona a favor<br />
de Deus pode esperar a sua bênção. Qu<strong>em</strong> se<br />
coloca contra, prepare-se <strong>para</strong> a maldição.<br />
O texto termina com a frase que conclui<br />
todo o discurso: “Cuid<strong>em</strong> de pôr <strong>em</strong> prática<br />
todos os estatutos e as normas que hoje coloco<br />
diante de vocês” (Dt 11,32). A fé <strong>em</strong> Deus deve<br />
traduzir-se num comportamento ético coerente<br />
com a sua vontade. É condição <strong>para</strong> uma vida<br />
de paz e de justiça.<br />
2. II leitura (Rm 3,21-25a.28): A justiça<br />
que provém de Jesus Cristo<br />
São Paulo tinha sido um fariseu, zeloso<br />
cumpridor da Lei. O seu encontro com Jesus<br />
Cristo no caminho de Damasco transformou<br />
sua vida. Teve a experiência da gratuidade do<br />
amor de Deus, com base na qual vai processando<br />
novas e profundas convicções. O cumprimento<br />
da Lei já não constitui o caminho da<br />
justificação. As verdadeiras obras nasc<strong>em</strong> da<br />
fé <strong>em</strong> Jesus Cristo. Deus ofereceu ao mundo o<br />
seu próprio Filho <strong>para</strong> que todos os que nele<br />
acreditam tenham a vida plena. É, portanto,<br />
por meio da pessoa de Jesus que se processam<br />
a santificação e a salvação da humanidade.<br />
Somos todos pecadores e impossibilitados de<br />
nos redimir pelos nossos próprios méritos. A<br />
salvação nos v<strong>em</strong> gratuitamente de Deus por<br />
meio de Jesus Cristo, que entregou sua vida<br />
pela redenção do mundo. Com Jesus, inicia-se<br />
definitivamente a era da graça divina. Mergulhar<br />
nela é viver como novas criaturas. A fé,<br />
portanto, não é atitude passiva; ela impulsiona<br />
à prática do amor a ponto de dar a vida pelos<br />
irmãos, como nos ensinou Jesus. São Paulo<br />
entende, então, que a Lei escraviza e mata,<br />
enquanto o Espírito Santo liberta e vivifica.<br />
A santidade, manifestada historicamente <strong>em</strong><br />
Jesus Cristo, torna-se possibilidade concreta<br />
<strong>para</strong> todas as pessoas de fé.<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277<br />
3. Evangelho (Mt 7,21-27): A casa<br />
edificada sobre a rocha<br />
Esse texto é conclusivo do sermão da<br />
montanha (Mt 5-7). São instruções de importância<br />
vital <strong>para</strong> as comunidades cristãs.<br />
Mateus chama a atenção <strong>para</strong> o perigo de<br />
usar a palavra de Deus como meio de projeção<br />
pessoal. A pregação consistiria, então, numa<br />
estratégia <strong>para</strong> a fama de qu<strong>em</strong> prega, ficando<br />
<strong>em</strong> segundo plano a coerência e a fidelidade<br />
com a Palavra anunciada. A pregação é necessária<br />
<strong>para</strong> o conhecimento e a vivência do<br />
evangelho. Os anunciadores dev<strong>em</strong> ser servos<br />
da Palavra, e não o contrário.<br />
É possível que pregadores possam realizar<br />
curas, expulsar d<strong>em</strong>ônios e d<strong>em</strong>onstrar maravilhas<br />
aos olhos do mundo. Jesus, porém,<br />
previne que essas “maravilhas” pod<strong>em</strong> não<br />
corresponder à vontade de Deus. Pod<strong>em</strong><br />
declarar que Jesus é o “Senhor”, porém não<br />
passam de mera confissão externa. São falsos<br />
profetas por não estar<strong>em</strong> a serviço do reino<br />
dos céus.<br />
Baseado nos fenômenos da natureza, Jesus<br />
fundamenta seu ensinamento numa das lições<br />
rabínicas da época: “A qu<strong>em</strong> pode ser com<strong>para</strong>do<br />
aquele que atua muito e estuda fervorosamente<br />
a Lei? A um hom<strong>em</strong> que fundamenta sua<br />
casa <strong>em</strong> alicerce de pedra. Se vier uma grande<br />
inundação, não o abate. Mas qu<strong>em</strong> não faz<br />
nenhuma obra boa se ass<strong>em</strong>elha a um hom<strong>em</strong><br />
que, ao construir, coloca no alicerce tijolos de<br />
barro” (Rabi Elisha). Sendo o Evangelho de<br />
Mateus dirigido especialmente <strong>para</strong> os judeus<br />
cristãos, a parábola já existente na literatura judaica<br />
contribui <strong>para</strong> a compreensão ainda mais<br />
profunda da vida coerente com a Palavra.<br />
De fato, ouvir e praticar a Palavra são<br />
dois aspectos ligados ente si. A Palavra viva<br />
no meio das comunidades é o próprio Jesus<br />
Cristo. Portanto, ouvir e praticar a Palavra<br />
significa seguir a pessoa e a proposta de Jesus;<br />
é deixar-se moldar por ela e orientar a vida<br />
segundo a vontade divina.<br />
III. PISTAS PARA REFLEXÃO<br />
– A palavra de Deus é alimento cotidiano.<br />
Ela é fonte e caminho <strong>para</strong> a plena realização