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XX ilustra isso. Entre 1900 e 1909, houve duas<br />

inundações, entre 1910 e 1919, três, entre 1920<br />

e 1929, duas, entre 1930 e 1939, três, entre<br />

1940 e 1949, duas, entre 1950 e 1959, seis, entre<br />

1960 e 1969, dezesseis, entre 1970 e 1979,<br />

dezoito, entre 1980 e 1989, quinze e entre 1990<br />

e 1996, vinte e seis. 2 Como pod<strong>em</strong>os perceber, o<br />

probl<strong>em</strong>a foi se agravando nas últimas décadas<br />

do século passado.<br />

A mesma ONU afirma que as catástrofes<br />

climáticas, como inundações, secas, t<strong>em</strong>pestades<br />

e ondas de calor, afetaram, <strong>em</strong> 2007, cerca<br />

de 200 milhões de pessoas, num total de 399<br />

desastres.<br />

Em 2010, o Brasil já registrou catástrofes<br />

climáticas de grande alcance, como as chuvas no<br />

início do ano, que causaram mortes e destruição<br />

nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Nos<br />

meses de junho e julho, tiv<strong>em</strong>os as enchentes no<br />

agreste de Pernambuco e Alagoas. O número<br />

de mortos, só no primeiro s<strong>em</strong>estre de 2010,<br />

aproximou-se da casa dos 200.<br />

Como é possível perceber, o probl<strong>em</strong>a é<br />

grave, principalmente porque muitas vidas são<br />

ceifadas. Mas também dev<strong>em</strong>os levar <strong>em</strong> consideração<br />

as mais diferentes formas de prejuízos e<br />

sofrimentos resultantes dessas catástrofes, como<br />

o número de desabrigados, as grandes perdas na<br />

área da agricultura, as moradias destruídas, o<br />

aumento de doenças etc. Tudo isso deixa clara<br />

a necessidade de ações urgentes. Tais ações dev<strong>em</strong><br />

acontecer inicialmente no sentido de lutar<br />

contra as causas desses probl<strong>em</strong>as, por meio<br />

de medidas seja <strong>em</strong> relação ao meio ambiente,<br />

como diminuir a poluição e o desmatamento,<br />

seja <strong>em</strong> termos de urbanização, como retirar<br />

habitantes de áreas de risco de inundações ou<br />

desabamentos, seja <strong>em</strong> termos de formação<br />

do comportamento humano, como promover<br />

a educação ambiental, seja, ainda, no que diz<br />

respeito às políticas públicas, tanto na área do<br />

meio ambiente como na defesa civil.<br />

O texto-base da Campanha da Fraternidade<br />

de 2011 sugere algumas ações concretas <strong>para</strong> o<br />

enfrentamento dessa questão, como iniciativas<br />

de sensibilização e conscientização sobre a responsabilidade<br />

de todos, principalmente no que<br />

se refere aos probl<strong>em</strong>as locais, criação e fortalecimento<br />

da atuação de agentes comunitários ambientais<br />

devidamente pre<strong>para</strong>dos e capacitados,<br />

divulgação de entidades sociais comprometidas<br />

com a questão ambiental, desenvolvimento de<br />

ações <strong>em</strong> parceria com o poder público <strong>em</strong> todos<br />

os níveis, com atenção especial ao Poder Judiciário,<br />

estímulo à participação das organizações<br />

populares etc.<br />

Também é importante que todos procur<strong>em</strong><br />

dar maior atenção às novas exigências decorrentes<br />

de catástrofes ambientais, principalmente no<br />

tocante aos desabrigados. Para que isso aconteça,<br />

é necessário aprofundar o conhecimento sobre<br />

o aquecimento global e as mudanças climáticas.<br />

Precisamos conversar mais sobre o assunto.<br />

3. Discussão sobre os probl<strong>em</strong>as ambientais<br />

com foco no aquecimento global<br />

As nossas ações não pod<strong>em</strong> ser ingênuas, mas,<br />

à medida do possível, dev<strong>em</strong> ser fundamentadas<br />

<strong>em</strong> conhecimentos e informações sólidas e <strong>em</strong><br />

princípios pertinentes que lhes garantam eficiência,<br />

eficácia e efetividade. Por isso, a discussão<br />

sobre os probl<strong>em</strong>as ambientais, principalmente<br />

com foco no aquecimento global e nas mudanças<br />

climáticas, é de grande importância.<br />

A discussão deve ser madura, fundada <strong>em</strong><br />

argumentos que se justifiqu<strong>em</strong>, realizada com a<br />

disposição de defender posições e de mudar <strong>aqui</strong>lo<br />

que é necessário; além disso, deve obedecer a<br />

princípios éticos e d<strong>em</strong>ocráticos.<br />

É necessário haver o envolvimento de representações<br />

de todas as áreas do conhecimento<br />

na discussão, principalmente porque a atuação<br />

nas questões ambientais não pode acontecer de<br />

forma isolada, visto que o probl<strong>em</strong>a é complexo<br />

e impossibilita ações particulares; ao contrário,<br />

exige ações conjuntas e consciência das implicações<br />

da própria ação <strong>em</strong> outras áreas de conhecimento.<br />

Nesse caso, também é importante levar<br />

<strong>em</strong> consideração a sabedoria popular, detentora<br />

de muitos conhecimentos e informações que,<br />

<strong>em</strong>bora não sejam homologados cientificamente,<br />

não deixam de ser importantes.<br />

Para realizar essa discussão, pod<strong>em</strong> ser realizados<br />

fóruns, s<strong>em</strong>inários, mesas-redondas, oficinas<br />

de trabalho, palestras e audiências públicas<br />

promovidas pelo Poder Legislativo <strong>em</strong> todos os<br />

níveis. É importante que se document<strong>em</strong> esses<br />

eventos a fim de que não se percam suas contribuições<br />

e, assim, as discussões possam produzir<br />

frutos na prática. Mas também é importante<br />

superar a superficialidade na abordag<strong>em</strong> da<br />

questão.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277 7

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