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dos na terra de Israel. O jugo estrangeiro será<br />

quebrado, e o povo disperso (parecendo ossos<br />

secos espalhados num vale) poderá voltar a se<br />

reunir <strong>em</strong> sua própria terra, onde habitará com<br />

segurança. Isso acontecerá pela intervenção<br />

gratuita de Deus. Ele desperta <strong>para</strong> a vida os<br />

que se encontram <strong>em</strong> situação de morte. Faz<br />

sair os esqueletos dos seus túmulos. Reanima<br />

os “cadáveres ambulantes”. O seu Espírito<br />

penetra nos corpos s<strong>em</strong> vida. O povo disperso<br />

e abandonado toma consciência de que é<br />

amado por Deus e, por isso, descobre-se como<br />

capaz de mobilizar-se <strong>para</strong> a reconquista da<br />

terra de liberdade.<br />

2. Evangelho (Jo 11,1-45): Jesus<br />

é a ressurreição e a vida<br />

A narrativa da ressurreição de Lázaro corresponde<br />

ao último dos sete sinais de libertação<br />

realizados por Jesus no Evangelho de João.<br />

Os relatos dos sete sinais procuram levar os<br />

cristãos a refletir sobre o sentido profundo dos<br />

fatos da vida humana: a falta de vinho numa<br />

festa de casamento (2,1-12), a doença do filho<br />

de um funcionário real (4,46-54), o <strong>para</strong>lítico<br />

à beira da piscina de Betesda (5,1-18), a fome<br />

do povo (6,1-15), o barco dos discípulos<br />

ameaçado pelas águas do mar (6,16-21), o<br />

cego de nascença (9,1-41) e, finalmente, a<br />

morte de Lázaro. Todos eles visam apresentar<br />

Jesus como o Messias que veio <strong>para</strong> resgatar<br />

a vida plena <strong>para</strong> os seres humanos. Em cada<br />

sinal, percebe-se um propósito pedagógico: a<br />

representação de um caminho novo apontado<br />

por Jesus <strong>para</strong> derrubar todas as barreiras que<br />

imped<strong>em</strong> a pessoa de realizar-se plenamente.<br />

Jesus é o “Bom Pastor” que dá a vida por<br />

suas ovelhas (cf. 10,11). Ele é o verdadeiro caminho<br />

<strong>para</strong> a vida com dignidade e liberdade,<br />

vencendo as causas de todos os males. Vence<br />

a própria morte: é a vida definitiva. Somente<br />

os que cre<strong>em</strong> <strong>em</strong> Jesus, com convicção, compreend<strong>em</strong><br />

e acolh<strong>em</strong> essa verdade. Portanto,<br />

a finalidade principal dos sinais é levar os<br />

discípulos à fé autêntica. Ao informar que<br />

Lázaro havia morrido e, por isso, iria ao seu<br />

encontro, Jesus diz aos discípulos: “É <strong>para</strong><br />

que vocês creiam” (11,15). Também l<strong>em</strong>os<br />

no final do evangelho: “Jesus fez ainda muitos<br />

outros sinais, que não se acham escritos neste<br />

livro. Esses, porém, foram escritos <strong>para</strong> que<br />

vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de<br />

Deus, e <strong>para</strong> que, crendo, tenham a vida <strong>em</strong><br />

seu nome” (20,30-31).<br />

As personagens que aparec<strong>em</strong> no relato –<br />

Marta, Maria e os judeus – reflet<strong>em</strong> diferentes<br />

concepções a respeito de Jesus. Primeiramente,<br />

pod<strong>em</strong>os observar o comportamento de<br />

Marta. Sabendo que Jesus chegara a Betânia,<br />

“saiu ao seu encontro” e a ele se dirigiu,<br />

chamando-o pelos títulos cristológicos de “Senhor”<br />

e “Filho de Deus”. Diante da promessa<br />

da ressurreição, declara-lhe convictamente sua<br />

fé: “Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo,<br />

o Filho de Deus que v<strong>em</strong> ao mundo”. E vai<br />

anunciar à sua irmã Maria, que, por sua vez,<br />

imediatamente segue ao encontro de Jesus,<br />

mas não consegue declarar a fé nele como fez<br />

Marta. Está ainda angustiada e <strong>para</strong>lisada<br />

diante da realidade da morte. Já os judeus<br />

apenas segu<strong>em</strong> Maria, s<strong>em</strong> ter consciência de<br />

ir ao encontro de Jesus e muito menos fazer-lhe<br />

alguma confissão de fé.<br />

São três modos de comportar-se diante de<br />

Jesus. O comportamento de Marta é o retrato<br />

das pessoas de fé <strong>em</strong> Jesus Cristo, o Filho de<br />

Deus, Salvador da humanidade. Para os que<br />

acreditam nele, a ressurreição é uma realidade<br />

não apenas <strong>para</strong> o futuro, mas <strong>para</strong> o presente.<br />

Toda atitude <strong>em</strong> favor da vida é sinal de<br />

ressurreição e gesto de glorificação a Deus,<br />

criador e libertador.<br />

Os autores do evangelho faz<strong>em</strong> questão de<br />

mostrar o rosto humano de Jesus. Ele participa<br />

da dor das pessoas que sofr<strong>em</strong>, comove-se e<br />

chora. Sua comoção, porém, pode ser traduzida<br />

como impaciência com a falta de fé tanto<br />

de Maria como dos judeus. E, <strong>para</strong> além das<br />

lamentações, Jesus reza ao Pai <strong>para</strong> que, diante<br />

desse sinal definitivo da ressurreição, “eles<br />

acredit<strong>em</strong>” nele como enviado de Deus.<br />

Lázaro (cujo nome significa “Deus ajuda”)<br />

está enterrado há quatro dias. O “quarto dia”<br />

refere-se ao t<strong>em</strong>po depois da morte de Jesus; é<br />

o t<strong>em</strong>po das comunidades que cre<strong>em</strong> <strong>em</strong> Jesus<br />

morto e ressuscitado. Portanto, é o t<strong>em</strong>po da<br />

graça por excelência, que deve ser vivido de<br />

forma totalmente nova. Lázaro e as comuni-<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277 47

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