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22<br />
global. Estima-se que, <strong>em</strong> 2030, o número dobrará.<br />
A incapacidade do mundo de reduzir os níveis de<br />
pobreza está contribuindo <strong>para</strong> a instabilidade<br />
global, na forma de terrorismo, guerras, doenças<br />
contagiosas e degradação ambiental. Trata-se de<br />
um ciclo vicioso: a degradação ambiental exacerba<br />
a pobreza, o que contribui ainda mais <strong>para</strong> a<br />
instabilidade global. É quase impossível assegurar<br />
paz duradoura e estabilidade quando exist<strong>em</strong> desigualdades<br />
imensas e os sist<strong>em</strong>as naturais que nos<br />
sustentam permanec<strong>em</strong> sob ameaça.<br />
O grande vilão do aquecimento global, os<br />
EUA, já anunciou que nos próximos dez anos<br />
estará investindo <strong>em</strong> energia solar, eólica e biomassa<br />
<strong>para</strong> se livrar da dependência do petróleo.<br />
A idade da pedra não acabou por falta de pedras!<br />
Assim como a idade do petróleo não vai acabar<br />
por falta de petróleo! Até quando o petróleo continuará<br />
custando caro o bastante <strong>para</strong> justificar o<br />
investimento <strong>para</strong> tirá-lo de onde está, diante de<br />
um planeta cada vez mais aquecido?<br />
Será que a nova sociedade de baixo carbono<br />
estará disposta a continuar correndo riscos com o<br />
uso de combustível comprovadamente aquecedor<br />
do nosso planeta? A Holanda já gasta hoje milhões<br />
de dólares de seus contribuintes <strong>para</strong> manter o mar<br />
afastado. Estar<strong>em</strong>os nos encaminhando <strong>para</strong> um<br />
cenário parecido? Se tomarmos a decisão de aumentar<br />
o “cobertor” de gases de efeito estufa sobre<br />
o planeta, também precisar<strong>em</strong>os estar pre<strong>para</strong>dos<br />
<strong>para</strong> as suas consequências!<br />
2. O poder da informação<br />
O aquecimento global é um probl<strong>em</strong>a de fato,<br />
é um mito de ambientalistas catastróficos ou uma<br />
jogada de marketing de Al Gore <strong>para</strong> ocupar a<br />
presidência dos EUA? É preciso se<strong>para</strong>r o que é um<br />
fenômeno natural do que é, de fato, o probl<strong>em</strong>a.<br />
S<strong>em</strong> dúvida, não há nada de errado com o fenômeno<br />
natural chamado de efeito estufa, que provoca o<br />
benéfico aquecimento global. O probl<strong>em</strong>a está no<br />
agravamento desse fenômeno, como resultado da<br />
<strong>em</strong>issão exagerada de gases de efeito estufa (GEE)<br />
<strong>em</strong> decorrência das atividades humanas.<br />
A indústria do tabaco, durante cerca de 40<br />
anos, tentou manter a opinião pública <strong>em</strong> dúvida<br />
sobre o fumo. E não foram poucas as vezes <strong>em</strong> que<br />
cientistas vieram a público <strong>para</strong> apoiar a indústria<br />
do tabaco, sob o argumento de que não havia evidências<br />
científicas suficientes <strong>para</strong> afirmar que o<br />
fumo causava mal à saúde. Até que, quatro décadas<br />
<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277<br />
depois, já não foi possível esconder o sol com a<br />
peneira, e a indústria do fumo passou a amargar<br />
grandes prejuízos, com indenizações milionárias<br />
pagas a fumantes induzidos ao vício pela máquina<br />
de propaganda do cigarro.<br />
Parece que não aprend<strong>em</strong>os com os erros. Pessoas<br />
que procuram lançar dúvidas sobre a opinião<br />
pública acerca do agravamento do aquecimento<br />
do clima pod<strong>em</strong> estar sendo úteis <strong>para</strong> a tentativa<br />
da indústria do petróleo de manter seus lucros.<br />
Dizendo atender à necessidade de todos, pequena<br />
parcela da humanidade t<strong>em</strong> se apropriado dos<br />
recursos naturais <strong>para</strong> acumular imensas riquezas<br />
e imenso poder. Para não correr o risco de perder<br />
tais privilégios, esses poderosos usam de meias<br />
verdades e até mesmo de mentiras <strong>para</strong> manter o<br />
restante da humanidade, mais que submissa, desejosa<br />
de alcançar os mesmos padrões de riqueza<br />
e poder, <strong>em</strong> vez de pretender combatê-los! Essa<br />
dominação não se dá pela força das armas, mas<br />
pela força das ideias, transmitidas pelos meios de<br />
comunicação de massa e, principalmente, pela propaganda<br />
do rádio e da televisão. Não é por acaso<br />
que esses meios de comunicação de massa são<br />
controlados por meia dúzia de famílias ou grupos<br />
poderosos, que, antes de estar<strong>em</strong> comprometidos<br />
com o esclarecimento e a libertação da sociedade<br />
da escravidão do consumismo, na verdade estão<br />
comprometidos com esse modelo que os faz e os<br />
mantém poderosos e privilegiados.<br />
Estrategicamente, nossas necessidades humanas,<br />
como comer, morar, vestir etc., foram<br />
exploradas <strong>para</strong> nos escravizar ao consumismo.<br />
O individualismo, a competição, o materialismo,<br />
a ganância, a mesquinhez e a indiferença passaram<br />
a ser valorizados como positivos, numa sociedade<br />
<strong>em</strong> que exibir sinais de riqueza é confundido com<br />
felicidade ou sucesso. É falsa a ideia de que existe<br />
uma corrida pelo progresso e desenvolvimento, na<br />
qual os melhores e mais merecedores chegaram<br />
antes, como os ricos e os países do chamado Primeiro<br />
Mundo. É falsa porque, se todos alcançar<strong>em</strong><br />
o mesmo padrão de consumo, não haverá planeta<br />
Terra de recursos naturais <strong>para</strong> todos! No entanto,<br />
viv<strong>em</strong>os tentando reproduzir os mesmos hábitos de<br />
consumo e eleg<strong>em</strong>os os países de Primeiro Mundo<br />
como ideal a ser perseguido!<br />
É falsa a ideia de que o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> nossa<br />
sociedade é decorrente do crescimento populacional.<br />
Se a quantidade de gente num lugar fosse<br />
determinante <strong>para</strong> avaliar a maneira como lidamos