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34<br />

comprometendo-nos com uma nova vida.<br />

Somos fruto da iniciativa amorosa de Deus.<br />

Ele nos modelou a partir do barro e deu-nos<br />

a vida, insuflando <strong>em</strong> nós o seu sopro divino.<br />

Presenteou o ser humano com uma habitação<br />

especial, um jardim que produz toda espécie<br />

de frutos. Para conservar o estado de b<strong>em</strong>-<br />

-estar e alegria, ordenou-lhe que não tocasse<br />

na “árvore da ciência do b<strong>em</strong> e do mal”. Porém,<br />

a rebeldia dos homens e das mulheres,<br />

representados por Adão e Eva, originou toda<br />

espécie de males (I leitura). Deus, no entanto,<br />

não abandona as suas criaturas. Ele é criador<br />

e também libertador. Por isso, como máxima<br />

expressão do seu amor, enviou o seu Filho,<br />

Jesus Cristo, <strong>para</strong> nos libertar de todos os<br />

males com suas consequências. Se pelo pecado<br />

de Adão entrou a morte no mundo, pela<br />

graça de Jesus Cristo nos é dada a redenção (II<br />

leitura). Para isso, Jesus assumiu plenamente<br />

a condição humana, sofreu toda espécie de<br />

tentações durante toda a sua vida. Porém,<br />

não caiu nelas. Permaneceu fiel à vontade do<br />

Pai, alimentando-se permanent<strong>em</strong>ente de sua<br />

palavra e cultivando a sua intimidade pelo<br />

silêncio e pela oração (Evangelho). Portanto,<br />

a palavra e o ex<strong>em</strong>plo de nosso irmão maior,<br />

Jesus Cristo, dev<strong>em</strong> tornar-se o pão nosso de<br />

cada dia, que nos sustenta na caminhada desta<br />

vida e nos mantém na fidelidade ao projeto<br />

de Deus.<br />

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS<br />

1. I leitura (Gn 2,7-9; 3,1-7): Da argila da<br />

terra Deus criou o ser humano<br />

A figura de Deus apresentada nesse relato<br />

da criação é a de um oleiro com uma incrível<br />

capacidade artística. Percebe-se a intenção dos<br />

autores de ressaltar a orig<strong>em</strong> do ser humano,<br />

que t<strong>em</strong> íntima ligação com Deus e com a terra<br />

que ele criou. O próprio nome Adão v<strong>em</strong> de<br />

adamah, termo hebraico que designa a terra. É<br />

a palavra que deu orig<strong>em</strong> ao hom<strong>em</strong>, entendido<br />

<strong>aqui</strong> como nome genérico da raça humana.<br />

Homens e mulheres são seres originados do<br />

húmus da terra. A terra, portanto, Deus a fez<br />

e a usou como “mãe” da humanidade. Ela é<br />

fonte de vida, é fértil e produz todas as espécies<br />

de frutos.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – março-abril 2011 – ano 52 – n. 277<br />

Deus é pai, amigo e conselheiro dos seus<br />

filhos e filhas. Dá-lhes as instruções necessárias<br />

<strong>para</strong> que possam viver sobre a terra <strong>em</strong> íntima<br />

comunhão com ele e, como decorrência, <strong>em</strong><br />

solidariedade com todas as coisas. Por isso,<br />

Deus pede que não comam do fruto da “árvore<br />

da ciência do b<strong>em</strong> e do mal”. Em outras<br />

palavras: os seres humanos dev<strong>em</strong> respeitar<br />

a soberania de Deus sobre todas as coisas e<br />

submeter-se ao seu desígnio. Tudo o que ele<br />

faz é muito bom.<br />

A narrativa busca explicar o motivo do<br />

sofrimento pessoal e dos males sociais. A orig<strong>em</strong><br />

de todas as coisas está fundamentada na<br />

bondade divina. Foram feitas <strong>para</strong> o b<strong>em</strong> dos<br />

seres humanos. Por que, então, o sofrimento?<br />

Os autores do texto expressam profunda<br />

consciência crítica sobre a opressão. Esta se<br />

constitui a causa de todos os males. Ao tomar<strong>em</strong><br />

a figura da serpente como a provocadora<br />

da violação da ord<strong>em</strong> divina, apontam <strong>para</strong><br />

a sagacidade do poder <strong>em</strong> “dar o bote” <strong>para</strong><br />

morder e alienar a consciência humana.<br />

Certamente, o grupo que está por trás do<br />

texto conhece muito b<strong>em</strong> as consequências<br />

da monarquia israelita. Analisam a realidade<br />

social, denunciando a ambição de grandeza e<br />

de sabedoria do regime monárquico, que pretende<br />

ser “igual a Deus”, usurpando o poder<br />

divino e revelando o domínio sobre os bens e<br />

as pessoas. Mas, como diz o adágio popular,<br />

“o rei está nu”. A nudez revela que a fraqueza<br />

e a condição de mortalidade faz<strong>em</strong> parte da<br />

pessoa. De que lhe adiantam as pretensões de<br />

poder e de possessão? Confrontado honestamente<br />

com o desígnio divino, o ser humano,<br />

pretensamente poderoso, sente-se envergonhado.<br />

É claro, pois a conquista e a manutenção<br />

do poder envolv<strong>em</strong> mentiras, enganação,<br />

usurpação de bens... Deus, porém, é justo e<br />

verdadeiro. Diante dele, nenhuma “folha de<br />

figueira” cobre essa nudez, a transparência de<br />

sua verdade, por mais que a pessoa busque<br />

justificativas.<br />

2. II leitura (Rm 5,12-19): O novo ser<br />

humano <strong>em</strong> Jesus Cristo<br />

Um dos t<strong>em</strong>as dominantes na carta aos<br />

Romanos é a justificação pela graça. Para são

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