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A imprensa tardia no Brasil: razões e conveniências - Unesp

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Oliveira Lima, biógrafo aclamado de D. João VI, completa a citação acima, ratificando<br />

a precariedade da educação em terras brasileiras, na <strong>no</strong>va sede da Monarquia:<br />

No Rio de Janeiro o que havia de melhor como estabelecimentos de educação, antes<br />

da chegada da corte, cifrava-se <strong>no</strong>s dois seminários de São José e São Joaquim,<br />

fundados em 1739 pelo bispo D. Frei Antônio de Guadalupe e que se fundiram em<br />

1817. (2006, p.159)<br />

Para se ter uma ideia, os livros que chegavam ao <strong>Brasil</strong> colônia para ser comercializados<br />

não encontravam compradores, tal o grau de iletrados da época.<br />

d) ausência de urbanização<br />

No <strong>Brasil</strong>, a semente do urbanismo começou a brotar efetivamente a partir do século<br />

XIX. Antes, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> colônia, o contingente rural era preponderante, concentrado nas<br />

fazendas e <strong>no</strong>s peque<strong>no</strong>s acampamentos extrativistas. Eram propriedades produtoras<br />

familiares, cercadas por poucos trabalhadores livres e muitos escravos para a sua produção. A<br />

população urbana permanente era pequena e a imensidão <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso território dificultava a<br />

comunicação oral e escrita destas vilas e povoados. Apenas alguns centros se destacaram,<br />

motivados por uma maior circulação de pessoas e mercadorias e também pela proximidade do<br />

mar, estimulados pelo comércio ultramari<strong>no</strong>, a exemplo de Salvador, Recife e Rio de Janeiro.<br />

Na época, cidades interioranas, como São Paulo, eram consideradas uma povoação<br />

campesina.<br />

Sendo a <strong>imprensa</strong> um tipo de atividade cultural essencialmente citadina, aspecto que<br />

marcou o seu próprio desenvolvimento, como analisamos <strong>no</strong> caso europeu, é natural<br />

que não haja encontrado qualquer ressonância <strong>no</strong> pa<strong>no</strong>rama colonial brasileiro.<br />

(MELO, 1973, p.130)<br />

e) precariedade da burocracia estatal<br />

No <strong>Brasil</strong> colônia a administração era feita praticamente a distância, com ordens vindas<br />

de Portugal. Em solo nacional encontravam-se fragmentos da administração estatal, pois a<br />

maior parte das atividades burocráticas era repassada aos particulares, como ocorreu <strong>no</strong><br />

sistema de capitanias que durou de 1534 a 1759.<br />

A extensão territorial do <strong>Brasil</strong> também dificultou a centralização burocrática, ficando<br />

cada região funcionando com um peque<strong>no</strong> centro administrativo, sendo que alguns, pela<br />

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