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A imprensa tardia no Brasil: razões e conveniências - Unesp

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A produção tipográfica, durante os a<strong>no</strong>s de 1808 a 1822, cresceu quantitativamente,<br />

pois utilizando o Rio de Janeiro, como exemplo, podemos observar a publicação de<br />

aproximadamente de 1.085 títulos de produtos impressos de diversos tipos, desconsiderando<br />

ainda deste montante, leis, decretos e alvarás. (ABREU, 2007, p.132)<br />

Considerações finais<br />

Apoiado em autores nacionais e lusita<strong>no</strong>s, porém, tendo como referência básica um<br />

trabalho único e de fôlego, a obra “Sociologia da Imprensa <strong>Brasil</strong>eira”, do professor José<br />

Marques de Melo, foram apresentadas as questões de causa e efeito, trabalhadas pelos<br />

pesquisadores do assunto, explicando os motivos destes mais de 3 séculos de atraso na<br />

instalação da <strong>imprensa</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

As questões políticas e econômicas são tratadas quase que integralmente pelos<br />

pesquisadores do tema. A censura estatal e do Santo Ofício também tem lugar de destaque,<br />

pois foram implacáveis na exigência do “silêncio” das letras e do cerceamento da<br />

manifestação do pensamento. No <strong>Brasil</strong> colônia, época de inquietude e desejo de mudanças<br />

políticas e econômicas, a máquina de imprimir ficou estática, e era aniquilada em qualquer<br />

tentativa de movimentação. O prelo e seu protagonista eram tirados de cena quase que<br />

instantaneamente. Portugal não queria concorrência econômica e nem a pluralização de ideias<br />

na colônia. O pacto colonial tinha que funcionar em todas as áreas, inclusive na publicação de<br />

obras tipográficas. O <strong>Brasil</strong> deveria ficar nas trevas e ser iluminado apenas pelas ideias e<br />

estratégias lusitanas e pelas mensagens apostólicas do catolicismo. Não havia necessidade de<br />

impulso civilizatório.<br />

As questões políticas e econômicas emperraram o início do funcionamento da máquina<br />

de imprimir <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Mas, este estudo, com ênfase na tese do professor Melo, trouxe à tona<br />

outras <strong>razões</strong>, os fatores socioculturais, circunstâncias causais do fenôme<strong>no</strong> da <strong>imprensa</strong><br />

<strong>tardia</strong>.<br />

A <strong>imprensa</strong> em seus primórdios tinha caráter artesanal. Depois com a evolução<br />

tec<strong>no</strong>lógica e a crescente urbanização, inserida num país capitalista, ganhou a posição de<br />

grande empresa, passando a sofrer forte influência das leis do mercado e com dependência<br />

irrenunciável da publicidade. Em relação aos veículos impressos, jornais e as revistas, é<br />

preciso apontar que seus usuários são parte de segmentos privilegiados da sociedade.<br />

A quantidade e a qualidade da <strong>imprensa</strong> brasileira suscitam muitas discussões entre<br />

analistas e estudiosos da comunicação social. Para um país com mais de 190 milhões de<br />

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