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A imprensa tardia no Brasil: razões e conveniências - Unesp

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A tipografia em Portugal e as primeiras tentativas de imprimir na colônia<br />

A <strong>imprensa</strong> foi introduzida em Portugal por volta de 1487. As primeiras obras<br />

portuguesas foram produzidas em hebraico, pois os tipógrafos, ali estreantes, eram judeus.<br />

Porém, esta glória duraria pouco, logo os mesmos seriam perseguidos pela inquisição.<br />

(COSTELLA, 1970, p.1)<br />

A tipografia portuguesa, em uma primeira etapa, conviveu com uma liberdade<br />

significativa. Porém, tempo breve, pois logo a igreja e o Estado tomaram as rédeas da<br />

produção tipográfica. “Passado, porém, o entusiasmo do primeiro momento, aperceberam-se<br />

os poderosos de que a <strong>imprensa</strong> poderia prestar-se à veiculação de idéias <strong>no</strong>vas e<br />

subversivas”. (COSTELLA, 1970, p.2)<br />

O mais antigo texto impresso em Portugal foi publicado em 1488. Já a primeira<br />

experiência de <strong>imprensa</strong> periódica ocorreu em 1641, com o jornal batizado singularmente de<br />

“Gazeta em que se relatam as <strong>no</strong>vas que houve nesta corte e que vieram de várias partes <strong>no</strong><br />

mês de <strong>no</strong>vembro de 1641”, editado mensalmente em Lisboa. (CORREIA, 2000, p. 66)<br />

Se em Portugal a censura estatal e a inquisição sufocavam os produtores tipográficos,<br />

<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, extensão territorial da monarquia, a arte gráfica privada, aventureira, tinha vida<br />

efêmera, suprimida com violência. Não havia lei rígida a priore, mas a cada tentativa de<br />

impressão, a instalação da tipografia era fortemente coibida, com a decretação de uma Carta<br />

Régia. As iniciativas de impressão na colônia, atitudes isoladas, só começaram a surgir a<br />

partir dos primeiros a<strong>no</strong>s do século XVIII. As tentativas, mesmo na produção de impressos<br />

não politizados ou profa<strong>no</strong>s, que nada atacavam a religião e os bons costumes, também eram<br />

fortemente reprimidas. Tal fato ocorreu em Recife, em 1706, quando uma tipografia foi<br />

liquidada quase que instantaneamente somente por publicar orações e letras de câmbio. O<br />

impressor anônimo perdeu o maquinário e foi devidamente <strong>no</strong>tificado, pagando caro pela<br />

ousadia. (COSTELLA, 1970, p.18)<br />

Sodré:<br />

Outra tentativa frustrada aconteceu <strong>no</strong> Rio de Janeiro, em 1746, como narra o autor<br />

Antonio Isidoro da Fonseca, antigo impressor de Lisboa, transferiu-se à colônia,<br />

trazendo na bagagem o material tipográfico com que montou <strong>no</strong> Rio pequena<br />

oficina. Chegou a pô-la em atividade, pois imprimiu alguns trabalhos, entre os quais<br />

se destaca a Relação da Entrada do bispo Antônio do Desterro, redigida por Luís<br />

Antônio Rosado da Cunha, com dezessetes páginas de texto. Moreira de Azevedo<br />

conta, <strong>no</strong>s seus apontamentos históricos, que a metrópole agiu rapidamente para<br />

liquidar a oficina: mandou a corte aboli-la e queimá-la, para não propagar idéias que<br />

podiam ser contrárias ao interesse do Estado”. (1998, p.17)<br />

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