RICHARLES SOUZA DE CARVALHO LÍNGUA INGLESA ... - Unesc
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Outro fato curioso, motivo pelo qual as escolas particulares foram<br />
escolhidas para esta pesquisa: Dentre os livros disponibilizados pelo PNLD, não está<br />
incluso um livro de LE. Isso acontece por uma série de fatores que não serão<br />
discutidos aqui, o fato é que fica delegada ao aluno a incumbência de adquirir o livro<br />
de LE. Logo, os professores de língua acabam por não adotar um material comum a<br />
todos os alunos pela impossibilidade da compra por razões financeiras.<br />
Isso não acontece com escolas particulares. Na lista de materiais é<br />
solicitado, junto a outros, livros didáticos de Língua Inglesa e freqüentemente<br />
também de Língua Espanhola.<br />
Umberto Eco e Marisa Bonazzi, no livro Mentiras que parecem<br />
verdades, fazem um estudo de coleções de livros didáticos italianos. É claro que o<br />
momento histórico e geográfico é diferente do que vivemos atualmente no Brasil,<br />
porém, algumas idéias que aparecem no decorrer do livro vão ao encontro do que se<br />
pode perceber em alguns livros didáticos ainda em uso no Brasil.<br />
Na introdução do livro, Eco reflete sobre a falta de criatividade dos<br />
autores, dizendo que “para satisfazer a maioria, para não causar discórdias, [...],<br />
para agradar a todos, procuram tais autores manter o livro didático ao nível do óbvio<br />
ululante, do corriqueiro, do acrítico, da imbecilidade respeitável” (ECO; BONAZZI,<br />
1980, p. 18).<br />
As questões acerca do uso do livro didático são paradoxais. Por um lado,<br />
ele pode ser uma ferramenta utilizada para a simples reprodução de um sistema<br />
excludente, principalmente se em seu conteúdo a ideologia presente for aquela que<br />
evidencia uma sociedade “dividida em castas”. Por outro lado, o livro didático pode<br />
ser um objeto (e o é em algumas ocasiões) que pode ajudar para a emancipação do<br />
professor e por conseguinte do aluno.<br />
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