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MULHERES POBRES E CHEFES DE FAMÍLIA ANA LUCIA ... - UFRJ

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valores diferentes. O mundo público - visto como produtivo - e o privado – como<br />

espaço da família -, enquanto eixos de identificação dos sexos são qualificados e<br />

vividos desigualmente por homens e mulheres, de acordo com suas experiências e<br />

segundo o processo de socialização do qual participaram ao longo de suas vidas.<br />

Segundo Poster (1979), a separação entre vida privada e vida pública<br />

trazida pelo capitalismo, levou o homem a dedicar grande parte do seu tempo aos<br />

assuntos econômicos, essenciais para a sobrevivência da família. O lar, para ele,<br />

passa a ser um espaço exclusivo de lazer, ficando os negócios restritos aos<br />

espaços externos. Assim, a casa é o lugar da intimidade, do afeto e do lazer –<br />

reduto feminino –, cabendo, portanto à mulher organizá-lo e mantê-lo. Essa divisão<br />

teve implicações importantes no delineamento dos papéis masculinos e femininos<br />

na sociedade. Segundo Soares (2001)<br />

16<br />

A separação dos papéis sexuais parentais contribui para a formação<br />

de padrões de comportamentos ideológicos a serem desempenhados<br />

pelo homem e pela mulher. A masculinidade se expressa na<br />

agressividade, na racionalidade e na atividade; a feminilidade, por<br />

sua vez, se restringe à capacidade de expressar emoções, de<br />

passividade e de irracionalidade (p.62).<br />

Como a sociedade capitalista ocidental é marcada, de modo prevalente,<br />

pelo espaço público onde são os homens que, geralmente, exercem seu poder e<br />

seu domínio e a mulher tem sido eleita como centro de todas as rotinas familiares,<br />

os ritos políticos, do poder, próprios do mundo público têm ressaltado<br />

principalmente a figura do homem. Strey (1997) salienta que, devido ao seu papel<br />

de reprodução da vida, presume-se que as mulheres possuem determinadas<br />

capacidades e habilidades inatas para cuidar da prole. Em decorrência disso, essas<br />

atividades são naturalizadas e, raramente, são percebidas como construções<br />

históricas e arbitrárias; antes é como se elas fizessem parte do próprio ser mulher,

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