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MULHERES POBRES E CHEFES DE FAMÍLIA ANA LUCIA ... - UFRJ

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sempre puderam contar com elas para assumir os cuidados da casa e da família<br />

enquanto eles se dedicavam exclusivamente, ou quase, ao trabalho fora do lar.<br />

Não é de se estranhar, portanto, que a desvalorização e a segmentação do<br />

trabalho feminino limite a incorporação da mulher ao mercado de trabalho. E, a<br />

naturalização desta situação, tanto pela própria mulher como pela sociedade traz<br />

conseqüências importantes para a sua vida e a de sua família. O desempenho<br />

simultâneo de vários papéis - mãe, esposa e trabalhadora -, contribui para uma<br />

sobrecarga acentuada de trabalho e, conseqüentemente, para um desgaste, tanto<br />

físico como psicológico. Além disso, situa a mulher nos setores e ocupações que<br />

são freqüentemente considerados os menos importantes e os mais mal<br />

remunerados, mas que permitem conciliar suas diversas responsabilidades e<br />

atribuições.<br />

Não se pode negar, entretanto, que a ampliação da participação das<br />

mulheres urbanas - das diferentes camadas sociais - na força de trabalho tem como<br />

aspecto positivo dar-lhes uma certa independência econômica que, por menor que<br />

seja, já introduz na relação familiar uma dinâmica diferente. A ausência desta<br />

independência tem para ela um caráter mais marcado de subordinação. Além disso,<br />

a inserção da mulher no mundo público, pode tirá-la do isolamento doméstico,<br />

como ainda a põe em contato com problemáticas mais globais que podem levá-la a<br />

uma reflexão sobre sua própria condição e a de sua família e, conseqüentemente, à<br />

percepção de que sua situação não é especifica da mulher, mas similar à de outros<br />

grupos sociais marginalizados. Finalmente, para muitas mulheres, especialmente<br />

das camadas sociais mais abastadas, exercer uma atividade remunerada pode ter,<br />

ainda, a finalidade de realização pessoal que não pode ser desprezada.<br />

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