DEUS - Charles Guimarães Filho

KA-BOOM! TA-BUM! (exibindo o alicate): Meu nome é Ka-
Boom! Ta-Bum! Sou do Iraque país ...
FORTUNA: Eu sei. Mais violento do mundo. Por que de
ameaçar a gente com esse alicate e ainda por cima mandar ficar
quase que de quatro?
KA-BOOM! TA-BUM!: Eu súplica para vocês se submeterem
para que eu possa encontrar porcaria, petardo, entende, briga?
FORTUNA: Claro que nós vamos brigar. Em vez ... encontra o
seu, seu indecente. Submissão são com vocês muçulmanos,
comigo é na base da desobediência, no sopapo.
ZECA (pensando): Coitado do árabe, nota-se que ele aprendeu a
falar português no dicionário. Ele está querendo dizer para a
gente se abaixar para ele encontrar bomba. Entende no português
pode ser compreende, conhece, mas também discute, briga.
Quando furioso ia tirar a maca com Zeca em cima para sair dali,
da presença daquele desafeto iraquiano, eis que este dá um pulo
e joga-o ao chão, ficando em cima.
FORTUNA (irado): Sai de cima de mim, seu monstro falecido.
KA-BOOM! TA-BUM!: Mansinho com fornicação senão
cabeça-de-negro estoura.
Pronto é o que faltava, os dois começam a se embolar pelo chão.
ZECA (pensando): Se ele está dizendo: “calminha com cama
senão bomba explode”, então a cama deve estar em cima da
bomba de modo que se uma sair a outra leva tudo pelos ares,
como eu estou em cima da cama, então eu devo sair da cama bem
devagarzinho e sair correndo bem de pressa.
Assim, ele faz carregando pelas mãos o mendigo, ou melhor, os
dois, por estarem agarrados. Alguns segundos se passam e se
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