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HISTÓRIA E POLÍTICA: ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS - Início

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clero e rei). Contudo, não atende as expectativas das grandes massas populares. O acesso a<br />

terra não é democratizada, os direitos políticos são restringidos por meio de uma<br />

participação política censitária e a especulação financeira não é contida. A incapacidade do<br />

governo em enfrentar o desemprego, os baixos salários, a elevação dos preços dos alimentos<br />

acentua o sentimento de que a revolução encontra-se inacabada.<br />

A tentativa de fuga do rei para se encontrar com os exércitos absolutistas da Rússia,<br />

Prússia e Áustria e dirigir a contra-revolução em 20 de junho de 1791 determina uma ruptura<br />

da revolução burguesa com a monarquia, por um lado, e radicaliza a pressão das classes<br />

populares, por outro. A burguesia, que faz votar a lei Lê Chapelier em 14 de junho de 1791,<br />

que proíbe greves e manifestações populares, leva a Guarda Nacional a abrir fogo contra<br />

uma multidão desarmada no dia 17 de julho de 1791, matando 50 pessoas.<br />

A Constituição de 1791 é promulgada e a Assembléia Legislativa passa a ocupar o<br />

lugar da Assembléia Constituinte. A Assembléia Legislativa encontra-se dividida entre os<br />

jacobinos, composta pelos representantes dos pequenos proprietários e pelo proletariado das<br />

oficinas urbanas, que se posiciona à sua esquerda, os girondinos, composto por<br />

representantes da burguesia parisiense e provincial, que se posiciona à sua direita e os<br />

representantes da centro, que flutuam entre os dois lados, composto por representes de<br />

diversos segmentos, sem um projeto claro quanto aos rumos da revolução e intensamente<br />

disputada por jacobinos e girondinos, posicionados ao centro.<br />

A revolução radicaliza, primeiramente, quando da declaração de guerra contra a<br />

Áustria e a Prússia em 20 de abril de 1792, em uma clara manobra dos girondinos, que<br />

contam com a guerra como meio para o enriquecimento burguês, bem como para canalizar<br />

os conflitos internos elegendo inimigos externos. A corrupção envolvendo o esforço de<br />

guerra, as derrotas externas comandadas pelos girondinos e a ameaça de ocupação de Paris,<br />

suscita a radicalização da revolução fortalecendo as posições jacobinas. Em segundo lugar,<br />

quando da ameaça do rei, em 1 de agosto de 1792, de realizar uma intensa repressão em<br />

Paris devido ao ultraje das provocações populares a que é submetida a família real, o que<br />

acentua o sentimento de oposição ao regime monárquico.<br />

A conjugação destes processos determinam o surgimento em 9 de agosto de 1792 da<br />

Comuna Insurreicional e no dia 10 de agosto ocorre a invasão do Palácio das Tulherias em<br />

Paris, tendo o rei que refugiar-se na Assembléia Legislativa. Nesse momento um Conselho<br />

Executivo de caráter provisório toma o lugar do rei. Estabelece-se uma dualidade de poder:<br />

de um lado, a Assembléia legislativa e o Conselho Executivo, legalmente constituídos,<br />

dominados pela alta burguesia, que pretende preservar a ordem e o seu domínio legal, e de<br />

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