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HISTÓRIA E POLÍTICA: ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS - Início

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estrutura de classes por meio da imobilidade econômica e geográfica, da estrutura sócioeconômica<br />

corporativa e do fortalecimento das atividades agrárias.<br />

A ação do Estado tem pouco efeito, visto que uma sociedade e economia em<br />

ruralização encontra-se crescentemente articulada em torno das grandes propriedades<br />

(villas), trabalhadas por escravos e por homens livres e pertencentes aos claríssimos<br />

(herdeiros da antiga nobreza senatorial). A ação do Estado é insuficiente para deter a<br />

decadência do Império; e no lugar não ocupado pelo Estado vai emergindo potentados<br />

locais, nas mãos dos quais o poder político efetivamente se encontra.<br />

5.4 A Virtude Personificada<br />

A medida em que Roma se torna uma potência mundial, alguns dos cônsules (Júlio<br />

César, Numa, Pompeu) reivindicam mais poder e mais autoridade, que lhes vão sendo<br />

concedidos pelo Senado e pelo Populus Romanus. Assim, gradualmente, sob a aparência de<br />

uma República Aristocrática, instala-se uma República Monárquica, que se inicia com<br />

Júlio César e se consolida com Augusto. Nas mão de Augusto, a Monarquia vai perdendo o<br />

seu caráter republicano até ser substituída pelo Consulado, tornando-se senhorial e instituirse<br />

como Principado. O príncipe torna-se, então, a autoridade política e divindade suprema.<br />

Pensadores como Cícero e Sêneca, inspirando-se no governante filósofo de Platão,<br />

produziram o ideal do príncipe perfeito ou do Bom Governo. Todavia, “a nova teoria<br />

política mantém a idéia grega de que a comunidade política tem como finalidade a vida boa<br />

ou a justiça, identificada com a ordem, harmonia ou concórdia no interior da cidade. Agora,<br />

a justiça dependerá das qualidades morais do governante” (Chaui, 1995, p. 386). O príncipe<br />

deve ser modelo das virtudes para a comunidade, pois ela o imitará.<br />

Os pensadores romanos viram-se entre duas teorias: a platônica, que busca a<br />

legitimidade e justiça política, educando virtuosamente os governantes; e a aristotélica, que<br />

busca a legitimidade e justiça política propondo qualidades positivas para as instituições da<br />

cidade, das quais dependem as virtudes dos cidadãos. Cícero e Sêneca terminam por optar<br />

pela teoria platônica, isto é, tendem a dar maior importância à formação do príncipe virtuoso<br />

do que à organização política da sociedade.<br />

O príncipe, como todo ser humano, é passional e racional. Porém, ele não pode ceder<br />

às paixões, mas apenas à razão. Dessa maneira, ele deve ser educado para possuir um<br />

conjunto de virtudes principescas. As três principais são: as virtudes cardeais: sabedoria ou<br />

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