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HISTÓRIA E POLÍTICA: ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS - Início

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por um lado, concebia uma profunda conexão entre os dois conceitos, por outro, atribuía à<br />

sociedade civil o momento decisivo da relação. Afirma Marx,<br />

154<br />

Minha pesquisa chegou à conclusão que as relações jurídicas, bem<br />

como as formas do Estado, não podem ser compreendidas por si só,<br />

nem pela assim chamada evolução geral do espírito humano, mas têm<br />

suas raízes nas relações materiais da existência - cujo conjunto Hegel<br />

inclui no termo de sociedade civil, seguindo o exemplo dos ingleses e<br />

franceses do século XVIII - e que a anatomia da sociedade civil deve<br />

ser procurada na economia política. (Marx, 1978, p. 129).<br />

Para Marx, seria através da sociedade civil - o conjunto das relações econômicas e<br />

interesses privados -, fundadora do Estado, que se poderia compreender o surgimento do<br />

Estado, o seu caráter de classe, a natureza de suas leis, as representações sobre as quais ele<br />

se apoiaria, e assim por diante. E mais, o Estado, “criatura” da sociedade civil, constituiriase<br />

num instrumento voltado para a garantia das próprias bases sobre as quais se apoiaria a<br />

sociedade civil. O Estado burguês, por exemplo, protegeria as relações capitalistas de<br />

produção, assegurando a reprodução ampliada do capital, a acumulação privada do produto<br />

social, a redistribuição do fundo público a benefício do grande capital, a exploração da renda<br />

fundiária, etc. Portanto, o Estado seria, ao mesmo tempo, parte integrante das relações<br />

capitalistas de produção e instrumento de defesa das mesmas.<br />

O “jovem Marx” contesta a dominação do Estado (burocracia) sobre a sociedade<br />

civil e defendia a supressão do Estado moderno. Para o Marx de 1843-44, a extinção do<br />

Estado (burocracia e mecanismos de representação política) seria a pré-condição da<br />

verdadeira democracia, de maneira que cada homem poderia ser burocrata e representante de<br />

si mesmo.<br />

Em que pese esta perspectiva, que coloca Marx e Hegel em campos distintos quanto<br />

às opções políticas e compromissos sociais, Marx não rompe completamente com Hegel no<br />

tocante a sua concepção de Estado. Marx admitia que sociedade civil e sociedade política<br />

seriam duas esferas sociais separadas.<br />

Marx, embora não rompendo com Hegel no tocante a concepção de Estado, o supera<br />

no âmbito da referida concepção. Apoiando-se na crítica feuerbachiana da alienação, avança<br />

mais do que Hegel e o submete à crítica, quando reconhece na referida separação a origem<br />

da alienação política. A criação do Estado e a disposição da burocracia contra a sociedade<br />

154

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