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HISTÓRIA E POLÍTICA: ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS - Início

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A finalidade da comunidade política é a ordem e a justiça definida com os únicos<br />

instrumentos humanos legítimos para assegurar o bem comum. No entanto, o critério<br />

utilizado para que se possa realizar a justiça se baseia no direito subjetivo natural de cada<br />

um e de todos os homens, como direito à vida, à consciência e aos bens materiais e<br />

espirituais necessários à garantia da vida e da consciência.<br />

A teoria política de Santo Tomás de Aquino encontra-se submetida à vontade<br />

suprema de Deus. Ele mantêm a idéia de Bom Governo como sendo o governo do príncipe<br />

cristão virtuoso e a de que a monarquia é a forma natural e melhor para realizar a justiça<br />

como bem comum. Conserva, também, a idéia de hierarquia natural criada pela lei divina<br />

eterna e concretizada pela lei natural.<br />

Inova quando introduz o primeiro esboço do que viria a ser conhecido, com a<br />

Reforma Protestante e o contratualismo moderno, como o direito de resistência dos súditos<br />

em face do tirano. Os governados não podem depor nem matar o rei tirano, mas podem<br />

resistir a ele, de forma a buscar os instrumentos legais (como por exemplo, o direito<br />

subjetivo natural que quando violado pelo governante, o governo se torna ilegítimo, o pacto<br />

de submissão perde a validade e o governante deve abdicar do poder) que contestem sua<br />

autoridade, forçando-o a abdicar do poder (Chaui, 1995, p. 392 e 393).<br />

6.8 O Pensamento Político da Cristandade Tardia<br />

Embora as teorias medievais fossem teocráticas, valorizadoras do poder teológicopolítico<br />

de papas e imperadores e da vida espiritual contemplativa, e as teorias renascentistas<br />

buscassem superar a idéia de que o poder seria uma graça ou um fator divino, valorizadoras<br />

da liberdade republicana e da prática política, elas possuem profundas continuidades. As<br />

teorias renascentistas preservam a idéia de que o poder político somente será legítimo se for<br />

justo e somente será justo se encontrar de acordo com a vontade de Deus (que doa o poder<br />

aos homens) e com a providência divina (que favorece o poder de alguns homens).<br />

Para as teorias medievais e as teorias renascentistas o fundamento da política<br />

encontra-se anterior e exterior a ela mesma: em Deus (vontade e providência divina), na<br />

natureza (ordem natural que fez o homem um ser naturalmente político) e na razão<br />

(racionalidade que, governando o mundo e os homens, torna-os racionais e institui a vida<br />

política).<br />

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