HISTÓRIA E POLÍTICA: ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS - Início
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15) IMPÉRIO E DESTRUIÇÃO<br />
A nova ordem mundial constitui-se em um produto da nova forma de soberania.<br />
Soberania esta definida pelo Império do Capital. Ele rege e ordena juridicamente a nova<br />
soberania e impõe o mercado global, a forma política da mundialização do capital que se<br />
torna crescentemente dominante desde a queda do Muro de Berlim.<br />
O Império do Capital é o único império que se fez presente em nível mundial. Ele<br />
penetra em todos os espaços naturais e sociais. O Império é ilimitado no sentido espacial,<br />
isto é, domina a totalidade do mundo e não há nada externo ao seu poder. Sendo único e não<br />
tendo fronteiras nem limitação rígida, torna-se flexível e não se sabe onde tem início e onde<br />
termina a sua área de influência. É ilimitado no sentido social, isto é, engloba toda e<br />
qualquer faceta da vida humana e faz desta seu objeto.<br />
O Império do Capital não se faz presente igualmente no mundo. A sua expansão,<br />
reprodução e dominação é desigual e combinada, fruto da plena liberdade na produção e<br />
realização capitalista do valor, isto é, plena liberdade de atuação e reprodução do capital em<br />
detrimento do homem e da vida.<br />
O Império do Capital não é uma nova versão norte-americana do imperialismo. Ele<br />
não se apóia em estruturas políticas e econômicas referenciadas no Estado-nação.<br />
Diferentemente do imperialismo, que depende do Estado-nação, que tem o regime político<br />
limitado pelos países envolvidos e que faz do conflito e da guerra a forma inevitável de<br />
soberania, o Império do Capital não tem competidores, opera por meios e princípios<br />
diferentes e têm uma forma diferente de soberania, na qual nenhum Estado-nação pode<br />
funcionar como centro de poder.<br />
O ordenamento político do Império do Capital esta em formação. O seu modelo<br />
político tende a ter como referência a República Norte Americana, que articula o poder<br />
central da União com o poder dos estados (sob estreitos limites de independência e<br />
autonomia). Estes poderes estão, por sua vez, sujeitos a movimentos de pressão oriundos de<br />
redes de poderes e contra-poderes da sociedade civil.<br />
A idéia básica do modelo político do Império do Capital é a substituição do poder<br />
soberano do Estado-nação pelo poder constituinte internacional, referenciados em estruturas<br />
políticas internacionais, sob o entendimento de que quem participa deste poder deve se<br />
submeter ao poder que ele mesmo participa e comanda. Estruturas que devem ser capazes de<br />
conciliar o poder político centralizado internacionalmente com a liberdade de pressão de<br />
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