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HISTÓRIA E POLÍTICA: ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS - Início

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2. Desigualdade moral ou política: depende de convenção e é estabelecida, ou ao<br />

menos autorizada pelo consentimento dos homens, como privilégio de um em prejuízo dos<br />

demais. Por exemplo: serem mais ricos, mais respeitados, mais poderosos que estes.<br />

Rousseau responsabiliza a propriedade privada pela destruição da liberdade social. É<br />

a propriedade privada que promove o despotismo, a fraqueza e a corrupção entre os homens,<br />

bem como a diferenciação entre o rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e o escravo,<br />

até a predominância da lei do mais forte. O homem é corrompido pelo poder e esmagado<br />

pela violência gerados pela propriedade privada.<br />

10.7 Críticas ao Pensamento de Rousseau<br />

Para muitos críticos a concepção política de Rousseau não passa de um amontoado<br />

de incoerências. Acusam-no de haver se ocupado do assunto sem convicção profunda ou<br />

grande interesse, com o objetivo de adquirir renome como pensador. Também censuram-no<br />

por ter fundado um sistema com base em uma quimera.<br />

Para Rousseau a impossibilidade de se restabelecer o Estado de Natureza, devia ser<br />

recompensado pela imposição do pacto social à sociedade existente; e se no primeiro impera<br />

o sentimento, na segunda imperaria, forçosamente, a razão. Para muitos críticos em<br />

semelhante sociedade, o povo, despojado de seus direitos naturais em favor da vontade<br />

geral, somente deveria obedecer à Lei. Alguns críticos de Rousseau chegam a concluir que o<br />

Estado ideal sonhado por Rousseau seria uma república de escravos. Por vontade geral<br />

entenderia-se a vontade de todos, direta e igualmente consultados, de onde se infere que<br />

todo governo legítimo seria republicano.<br />

Rousseau percebe com clareza que a desigualdade entre os cidadãos tem origem na<br />

desigualdade econômica gerada pela propriedade privada. Mas, desenvolve uma resposta<br />

moralista, visto que considera que a principal condição para a existência de um Estado<br />

legítimo não é de ordem econômica ou política, e sim psicológica ou moral. Com isto<br />

retorna à tese do cidadão virtuoso.<br />

Rousseau é o pensador mais radical de sua época, com suas críticas à sociedade do<br />

Antigo Regime baseada na justiça, na igualdade e na soberania do povo. Destaca-se dos<br />

demais filósofos iluministas por valorizar não somente a razão, mas também os sentimentos<br />

e as emoções, pregando a volta à natureza e à simplicidade da vida natural. Sua teoria da<br />

vontade geral inspira a Revolução Francesa e o socialismo a partir de então.<br />

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