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A luta contra o farisaísmo hipócrita - Assembleia de Deus do Cruzeiro

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viagem missionária; e eles próprios, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>signar anciãos em cada nova igreja que iam<br />

organizan<strong>do</strong> (Êx 24:18; 2Cr 20:lss; Et 4:16; Ed 8:21ss; Mt 4:l,2; At l3:l-3; 14:23.). São<br />

evidências claras <strong>de</strong> que empreendimentos especiais exigem orações especiais, e que<br />

orações especiais envolvem o jejum.<br />

Ainda há outro motivo bíblico para o jejum. A fome é um <strong>do</strong>s apetites básicos <strong>do</strong> homem, e<br />

a gula um peca<strong>do</strong> capital. Portanto, "o <strong>do</strong>mínio próprio" não tem significa<strong>do</strong> se não incluir o<br />

controle <strong>de</strong> nossos corpos, e é impossível sem a autodisciplina. Paulo usa o atleta como<br />

exemplo. Para participar <strong>do</strong>s jogos este tem <strong>de</strong> estar fisicamente apto, e por isso treina. Seu<br />

treinamento inclui a disciplina <strong>de</strong> um regime alimentar a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, sono e exercícios: "To<strong>do</strong><br />

atleta em tu<strong>do</strong> se <strong>do</strong>mina". E os cristãos participantes da competição cristã <strong>de</strong>vem fazer o<br />

mesmo. Paulo escreve sobre "esmurrar" o seu corpo (<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-o to<strong>do</strong> roxo) e sobre<br />

subjugá-lo (conduzin<strong>do</strong>-o como um escravo) (1CO 9:24-27). Isto não se refere ao<br />

masoquismo (sentir prazer na <strong>do</strong>r), nem ao falso ascetismo (tal como usar uma camisa<br />

áspera ou <strong>do</strong>rmir sobre uma cama <strong>de</strong> pregos), nem a uma tentativa <strong>de</strong> ganhar mérito como<br />

os fariseus no templo (Lc 18:12.). Paulo rejeitaria todas essas i<strong>de</strong>ias, e nós também. Não<br />

temos motivos para "punir" nossos corpos, pois são criação <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>; mas <strong>de</strong>vemos<br />

discipliná-los para que nos obe<strong>de</strong>çam. E o jejum, sen<strong>do</strong> uma abstinência voluntária <strong>de</strong><br />

alimento, é uma forma <strong>de</strong> aumentar o nosso autocontrole.<br />

Uma outra razão para o jejum po<strong>de</strong>ria ainda ser mencionada, isto é, <strong>de</strong>liberadamente<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> participar <strong>do</strong> que po<strong>de</strong>ríamos comer para partilhá-lo (ou o seu preço) com os<br />

subnutri<strong>do</strong>s. Temos apoio bíblico para esta prática. Jó podia dizer que não comeu "o que os<br />

pobres <strong>de</strong>sejavam", pois o partilhou com órfãos e viúvas (31:16ss). Em <strong>contra</strong>ste, quan<strong>do</strong>,<br />

através <strong>de</strong> Isaías, <strong>Deus</strong> con<strong>de</strong>nou o jejum <strong>hipócrita</strong> <strong>do</strong>s habitantes <strong>de</strong> Jerusalém, disse que<br />

eles procuravam satisfazer o seu próprio prazer, oprimin<strong>do</strong> seus emprega<strong>do</strong>s no dia em que<br />

jejuais. Isto significava, em parte, que não havia correlação entre suas mentes e suas<br />

ações, entre o alimento a que renunciavam e a necessida<strong>de</strong> material <strong>do</strong>s seus emprega<strong>do</strong>s.<br />

A religião <strong>de</strong>les era sem justiça ou carida<strong>de</strong>. Por isso <strong>Deus</strong> disse: "Não é este o jejum que<br />

escolhi, que soltes as ligaduras da impieda<strong>de</strong> . . . <strong>de</strong>ixes livres os oprimi<strong>do</strong>s . . .? . . . Não é<br />

também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres <strong>de</strong>sabriga<strong>do</strong>s .<br />

. .?" (58:lss.) Jesus <strong>de</strong>u a enten<strong>de</strong>r alguma coisa parecida quan<strong>do</strong> falou <strong>do</strong> rico fazen<strong>do</strong><br />

festas suntuosas to<strong>do</strong>s os dias, enquanto o mendigo jazia à sua porta, <strong>de</strong>sejan<strong>do</strong> ser<br />

alimenta<strong>do</strong> com as migalhas que caíam <strong>de</strong> sua mesa (Lc 16:19-31.).<br />

Não é difícil en<strong>contra</strong>r outras aplicações mais atualizadas. No século <strong>de</strong>zesseis, a Inglaterra<br />

abstinha-se <strong>de</strong> carne em dias <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s e comia peixe em seu lugar, não por prescrição<br />

da Igreja mas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, a fim <strong>de</strong> ajudar a manter "as cida<strong>de</strong>s pesqueiras que bor<strong>de</strong>javam<br />

o mar" e, assim, reduzir "o preço <strong>do</strong>s gêneros alimentícios e assim ajudar na manutenção<br />

<strong>do</strong>s pobres". Nos nossos dias, o <strong>de</strong>sespero <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> famintos nos países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento é trazi<strong>do</strong> diariamente para as telas <strong>de</strong> nossos aparelhos <strong>de</strong> TV. Passar<br />

ocasionalmente (ou, melhor, regularmente) com uma refeição mais frugal, ou <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

tomar uma refeição uma ou duas vezes por semana, e sobretu<strong>do</strong> evitar o excesso <strong>de</strong> peso e<br />

o comer <strong>de</strong>mais são formas <strong>de</strong> jejum que agradam a <strong>Deus</strong> porque expressam um<br />

sentimento <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> com os pobres.<br />

Portanto, por arrependimento ou por oração, por autodisciplina ou por amor solidário,<br />

temos boas razões bíblicas para o jejum. Sejam quais forem as nossas razões, Jesus<br />

assumiu que o jejum teria lugar na vida cristã. Ele se preocupou com a nossa contribuição,<br />

com a nossa oração e com o nosso jejum para que nós não façamos como os <strong>hipócrita</strong>s,<br />

que chamavam a atenção para si mesmos. Eles costumavam <strong>de</strong>sfigurar o rosto e se mostravam<br />

contrista<strong>do</strong>s. A palavra traduzida por "<strong>de</strong>sfigurar" (aphanizo) significa literalmente<br />

"fazer <strong>de</strong>saparecer" e portanto "tornar invisível ou irreconhecível". Eles provavelmente negligenciavam<br />

a higiene pessoal, ou cobriam a cabeça com panos <strong>de</strong> saco, ou talvez passavam

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