A luta contra o farisaísmo hipócrita - Assembleia de Deus do Cruzeiro
A luta contra o farisaísmo hipócrita - Assembleia de Deus do Cruzeiro
A luta contra o farisaísmo hipócrita - Assembleia de Deus do Cruzeiro
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A religião <strong>do</strong> cristão: não <strong>hipócrita</strong>, mas real Mt 6:1-6; 16-18<br />
Jesus começou a falar no monte, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> nas bem-aventuranças os elementos<br />
essenciais <strong>do</strong> caráter cristão, e prosseguiu indican<strong>do</strong>, através das metáforas <strong>do</strong> sal e da luz,<br />
a influência para o bem que os cristãos exercerão na comunida<strong>de</strong>, se possuírem esse<br />
caráter. Descreveu, então, a justiça <strong>do</strong> cristão, que <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r à justiça <strong>do</strong>s escribas e<br />
fariseus na aceitação <strong>de</strong> todas as implicações da lei <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>, sem esquivar-se <strong>de</strong> coisa<br />
alguma e sem criar limites artificiais. A justiça <strong>do</strong> cristão é uma justiça sem limites. Deve<br />
ter liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> penetrar além <strong>do</strong>s nossos atos e palavras, até o nosso coração,<br />
pensamentos e motivações, e <strong>de</strong>ve nos dirigir até mesmo nessas partes escondidas e<br />
secretas.<br />
Depois, Jesus continua a ensinar sobre a "justiça". O capítulo 6 começa (literalmente) com<br />
"Guardai-vos <strong>de</strong> exercer a vossa justiça diante <strong>do</strong>s homens". A palavra usada nos melhores<br />
manuscritos é dikaiosuné, a mesma <strong>de</strong> 5:6 e 20. Mas muito embora a palavra seja a<br />
mesma, a ênfase mu<strong>do</strong>u <strong>de</strong> lugar. Antes, a "justiça" estava relacionada com a bonda<strong>de</strong>, a<br />
pureza, a honestida<strong>de</strong> e o amor; agora, relaciona-se com práticas tais como esmolas,<br />
oração e jejum. Assim, Jesus passa da justiça moral <strong>do</strong> cristão para a sua justiça<br />
"religiosa". A maior parte das versões reconhece esta mudança <strong>de</strong> assunto. A ERAB diz:<br />
"Guardai-vos <strong>de</strong> exercer a vossa justiça diante <strong>do</strong>s homens", e a BLH: "Cuida<strong>do</strong>! Não<br />
pratiquem seus <strong>de</strong>veres religiosos em público a fim <strong>de</strong> serem vistos pelos outros."<br />
É importante reconhecer que, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Jesus Cristo, a "justiça" tem estas duas<br />
dimensões, a moral e a religiosa. Algumas pessoas falam em comportamento como se<br />
achassem que sua maior obrigação na vida cristã estivesse na esfera da ativida<strong>de</strong> religiosa,<br />
quer em público (frequência à igreja) ou em particular (exercícios <strong>de</strong>vocionais). Outros<br />
reagiram tão fortemente <strong>contra</strong> essa superenfatização da pieda<strong>de</strong>, que falam <strong>de</strong> Cristianismo<br />
"sem religião". Para eles, a igreja é a cida<strong>de</strong> secular, e a oração um encontro cheio <strong>de</strong><br />
amor com os seus vizinhos. Mas não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se escolher entre a pieda<strong>de</strong> e a<br />
moralida<strong>de</strong>, entre a <strong>de</strong>voção religiosa na igreja e o serviço ativo no mun<strong>do</strong>, entre o amor a<br />
<strong>Deus</strong> e o amor ao nosso próximo, já que Jesus ensinou que a "justiça" cristã autêntica<br />
inclui as duas coisas.<br />
Mais ainda, nas duas esferas da justiça, Jesus profere seu chama<strong>do</strong> insistente a seus<br />
discípulos para que sejam diferentes. Em Mateus 5, ele ensina que a nossa justiça <strong>de</strong>ve ser<br />
maior <strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s fariseus (porque eles obe<strong>de</strong>ciam à letra da lei, enquanto a nossa<br />
obediência <strong>de</strong>ve incluir o nosso coração) e maior também (na forma <strong>do</strong> amor) <strong>do</strong> que a <strong>do</strong>s<br />
pagãos (porque eles se amam uns aos outros, enquanto o nosso amor <strong>de</strong>ve incluir nossos<br />
inimigos também). Mas em Mateus 6, no que se refere à justiça "religiosa", ele traça os<br />
mesmos <strong>do</strong>is <strong>contra</strong>stes. Ele fala primeiro da ostentação religiosa e diz: Não sereis como os<br />
<strong>hipócrita</strong>s (v. 5). Depois prossegue referin<strong>do</strong>-se ao formalismo mecânico <strong>do</strong>s pagãos e diz:<br />
Não vos assemelheis, pois, a eles (v. 8). Assim, novamente, os cristãos têm <strong>de</strong> ser<br />
diferentes, tanto <strong>do</strong>s fariseus quanto <strong>do</strong>s pagãos, <strong>do</strong>s religiosos e <strong>do</strong>s irreligiosos, da igreja<br />
e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Que os cristãos não <strong>de</strong>vem se conformar com o mun<strong>do</strong> é um conceito familiar<br />
no Novo Testamento. O que muitas vezes passa <strong>de</strong>sapercebi<strong>do</strong> é que Jesus também viu (e<br />
previu) o mundanismo da própria igreja, e exortou os seus discípulos a não se<br />
conformarem tampouco com a igreja formal, constituin<strong>do</strong>, pelo contrário, uma comunida<strong>de</strong><br />
cristã distinta em sua vida e prática, separada da religião organizada, uma ecclësiola<br />
(igrejinha) na ecclesia. A diferença essencial na religião como na moralida<strong>de</strong> é que a justiça<br />
cristã autêntica não é uma simples manifestação, mas uma coisa escondida no coração.<br />
6:1 Guardai-vos <strong>de</strong> exercer a vossa justiça diante <strong>do</strong>s homens, com o fim <strong>de</strong> ser<strong>de</strong>s vistos por<br />
eles; <strong>do</strong>utra sorte não tereis galardão junto <strong>de</strong> vosso Pai celeste.