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O dodecafonismo peculiar de Cláudio Santoro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

Conclusões<br />

Tendo por base a organização serial <strong>da</strong>s duas canções pod<strong>em</strong>os enumerar as<br />

seguintes características encontra<strong>da</strong>s na análise, quase to<strong>da</strong>s contrariando alguma<br />

norma do método serial:<br />

22<br />

1. Apresentação ambígua <strong>da</strong> série (na primeira peça acontecendo somente no sexto<br />

compasso e, na segun<strong>da</strong>, de maneira elíptica, com notas omiti<strong>da</strong>s);<br />

2. Emprego de série deriva<strong>da</strong> <strong>da</strong> série principal na segun<strong>da</strong> peça do ciclo;<br />

3. As formas seriais <strong>em</strong>prega<strong>da</strong>s apresentam quase s<strong>em</strong>pre notas troca<strong>da</strong>s, tornando<br />

regra o que deveria ser exceção.;<br />

4. Ausência de simetria no manejo <strong>da</strong>s formas seriais;<br />

5. Ausência de preocupação com a compl<strong>em</strong>entação do total cromático;<br />

6. Emprego indiscriminado de “falsas-relações de oitava”, <strong>em</strong> vários aspectos, além<br />

de dobramentos de reforço;<br />

7. Intercâmbio de trechos seriais e não-seriais (ou “atonais”), aparent<strong>em</strong>ente com<br />

propósitos expressivos;<br />

8. Pouca varie<strong>da</strong>de na exploração <strong>da</strong>s formas seriais “oficiais” (isto é, excluindo-se os<br />

segmentos desordenados <strong>em</strong>pregados) à disposição. Aqui observamos algumas<br />

divergências no exame <strong>da</strong>s duas canções: enquanto que <strong>em</strong> A Menina Exausta<br />

Santoro utiliza as formas [P-0] (que quase não é menciona<strong>da</strong>, por sinal), [P-2], [P-9]<br />

(e [R-9]), [R-4] e [R-11], <strong>em</strong> Asa Feri<strong>da</strong>, praticamente apenas [P-0] foi <strong>em</strong>prega<strong>da</strong><br />

(com uma breve aparição de [P-11]). Em todo o caso, fica evidente o desequilíbrio<br />

no tratamento e na escolha <strong>da</strong>s fontes seriais (principalmente se considerarmos a<br />

brevi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s peças): entre o muito diversificado (que leva à inconsistência) e seu<br />

extr<strong>em</strong>o oposto (acarretando monotonia). Além disso, não parece que a escolha <strong>da</strong>s<br />

formas siga algum critério précomposicional. É também digno de nota o fato de<br />

Santoro não ter <strong>em</strong>pregado, <strong>em</strong> nenhuma <strong>da</strong>s canções, qualquer forma inverti<strong>da</strong> ou<br />

inverti<strong>da</strong>-retrogra<strong>da</strong><strong>da</strong>;<br />

9. Apesar de <strong>em</strong> alguns momentos <strong>da</strong>s obras isso ser sugerido (beirando, no<br />

entanto, a casuali<strong>da</strong>de), Santoro não explora consistent<strong>em</strong>ente a segmentação <strong>da</strong><br />

série (<strong>em</strong> hexacordes, tetracordes, etc.) de maneira a conseguir maior varie<strong>da</strong>de de<br />

construção;<br />

10. Ausência de <strong>em</strong>pregos simultâneos de duas ou mais formas seriais diferentes.<br />

Esse tipo de associação serial, nomeado por Milton Babbitt como “combinatoriality”<br />

(PERLE, 1962, p.100), permite uma grande desenvoltura na composição<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .opus

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