14.04.2013 Views

download da versão impressa completa em pdf - anppom

download da versão impressa completa em pdf - anppom

download da versão impressa completa em pdf - anppom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Reflexões sobre uni<strong>da</strong>de <strong>em</strong> música . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

O<br />

que é uni<strong>da</strong>de ou o que propicia uni<strong>da</strong>de na música? Como os teóricos têm<br />

tratado estas questões no decorrer <strong>da</strong> histórica <strong>da</strong> música? T<strong>em</strong>a muitas vezes<br />

presente nos escritos dos especialistas <strong>em</strong> teoria musical, no presente artigo a<br />

uni<strong>da</strong>de <strong>em</strong> música é trata<strong>da</strong> a partir de uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> histórica. Começando com as<br />

concepções apresenta<strong>da</strong>s sobre o assunto no barroco à discussão que percorre os<br />

períodos históricos posteriores, e culminando com a negação <strong>da</strong> existência de uni<strong>da</strong>de na<br />

obra de arte no desconstrucionismo. Por fim, contrapondo as idéias defendi<strong>da</strong>s durante<br />

estes períodos históricos, são apresenta<strong>da</strong>s algumas proposições referentes à uni<strong>da</strong>de,<br />

como defendi<strong>da</strong>s pela Escola Pitagórica.<br />

As discussões sobre o que é uni<strong>da</strong>de ou sobre o que propicia uni<strong>da</strong>de, longe de<br />

ser<strong>em</strong> recentes, r<strong>em</strong>et<strong>em</strong>-nos aos t<strong>em</strong>pos dos pensadores <strong>da</strong> Grécia antiga, fazendo parte<br />

dos escritos dos grandes filósofos gregos. Apoiados nestes escritos antigos, teóricos do<br />

período barroco erigiram suas teorias sobre uni<strong>da</strong>de na obra de arte, tornando-as<br />

importantes suportes norteadores para a criação artística. Nesse período, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

pode ser visto que o conceito sobre uni<strong>da</strong>de era fun<strong>da</strong>mentado nos ensinos de Aristóteles.<br />

Reconhecido no barroco como doutrina dos afetos, dogma estético estabelecido a partir <strong>da</strong><br />

teoria mimética de Aristóteles ou doutrina <strong>da</strong> arte como imitação <strong>da</strong> natureza, com seus<br />

princípios teórico/filosóficos, quanto à criação musical, orientava no sentido de estabelecer<br />

procedimentos composicionais que visavam ordenar o conteúdo interno <strong>da</strong>s obras (Baker,<br />

1980), objetivando, dentre outros aspectos, gerar uni<strong>da</strong>de.<br />

Como isto se <strong>da</strong>va na prática, bastam ser destaca<strong>da</strong>s, por ex<strong>em</strong>plo, as implicações<br />

decorrentes dos ensinos estabeleci<strong>da</strong>s pela doutrina dos afetos que sugeria ser a música<br />

também derivativa e imitativa <strong>da</strong>s paixões <strong>da</strong> alma e <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>. Com isto, <strong>em</strong> especial<br />

devido a esta relação com a linguag<strong>em</strong> verbal, a mimese estabelecia uma forte aliança entre<br />

música e retórica. Os compositores, portanto, usavam os conceitos de longa <strong>da</strong>ta<br />

propostos pela retórica, como por ex<strong>em</strong>plo, o de periodici<strong>da</strong>de, que descrevia uma idéia<br />

<strong>completa</strong>, com princípio, meio e fim, para construir seus trabalhos de forma coesa.<br />

66<br />

O período era a mais importante concepção a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> pela música <strong>da</strong> tradicional retórica.<br />

Sua importância no século XVIII deve-se à (1) firmeza de seus el<strong>em</strong>entos básicos – uma<br />

abertura sóli<strong>da</strong>, uma área de continuação, e um fim conclusivo; (2) uma flexibili<strong>da</strong>de que<br />

permitia incontáveis opções de extensão e arranjos internos; (3) sua a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>de aos<br />

procedimentos musicais típicos do século dezoito – cadências, movimento rítmico, padrões<br />

melódicos. (RATNER, 1985, p. 33)<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .opus

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!