15.04.2013 Views

As jóias da coroa - Biblioteca Digital da PUC-Campinas

As jóias da coroa - Biblioteca Digital da PUC-Campinas

As jóias da coroa - Biblioteca Digital da PUC-Campinas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

estúpi<strong>da</strong>... dirá que o ladrão veio de fora... tanto que serviu-se de uma<br />

cor<strong>da</strong>... A questão é achar onde se pren<strong>da</strong> um nó... Vamos ver...<br />

Pavia, seguido pelo companheiro, afastou-se do armário,<br />

sobraçando o cofre e atravessou a sala em direção às janelas.<br />

Abriram cui<strong>da</strong>dosamente algumas. Espiaram para fora e<br />

examinaram.<br />

— Esta serve! — disse Pavia, à terceira janela aberta... — Não dá<br />

para o jardim... E tem aqui um bom gancho...<br />

Havia de fato no peitoril <strong>da</strong> janela um gancho de ferro, destinado<br />

naturalmente a sustentar um globo de luminária. Não era forte, mas<br />

servia para quem quisesse arriscar-se. E os ladrões arriscam-se.<br />

Atando-se ao gancho a cor<strong>da</strong>, era possível escorregar até<br />

embaixo <strong>da</strong> muralha que sustentava o jardim, de sorte que parecia que<br />

os ladrões não tinham passado pela porta <strong>da</strong> sala.<br />

Pavia amarrou uma <strong>da</strong>s pontas <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> e atirou a outra para o<br />

parque...<br />

— Bem — disse depois. — Agora eu vou ver se ponho a salvo o<br />

cofre... Você deixe cerra<strong>da</strong>s estas três janelas... Feche cui<strong>da</strong>dosamente<br />

a porta, fazendo entrar a lingüeta e prendendo os trincos... E... vá para<br />

o seu quarto... Quando levantar-se... levante-se cedo como costuma...<br />

quando sair <strong>da</strong> cama venha logo a esta sala e dê sinal de alarma, faça<br />

barulho...<br />

— E depois...<br />

— Eu respondo, pelo resto... Apareça ou não a polícia, assegurolhe<br />

que não nos sucederá coisa alguma... Neste negócio a polícia há de<br />

fechar os olhos... Você verá... E, para tranqüiliza-lo de todo... Eu sou<br />

um homem indispensável ao duque... Ele não me fará mal algum, por<br />

conseguinte não fará aos meus companheiros de pândega... Fique<br />

sossegado...<br />

E Manuel de Pavia, sempre como o seu cofre, saiu para o jardim,<br />

deixando Inácio na sala. Quando este ia fechar a porta, o ladrão<br />

inclinou-se para ele e disse, à meia-voz:<br />

— Não haverá na<strong>da</strong>... O homem tem medo de mim.<br />

Capítulo VII<br />

Não tivemos ain<strong>da</strong> a honra, nem a ocasião de apresentar ao<br />

leitor o milionário senhor <strong>da</strong> quinta de Santo Cristo, o sr.duque de<br />

Bragantina.<br />

Agora que vamos encontrá-lo figurando ativamente nas mea<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> nossa narrativa, apressamo-nos em fazer a necessária cerimônia.<br />

24

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!