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As jóias da coroa - Biblioteca Digital da PUC-Campinas

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Depois voltou a vista para curiosos do parque e pôs-se a procurar<br />

involuntariamente o ladrão naquela multidão. Ca<strong>da</strong> cara embasbaca<strong>da</strong><br />

afigurava-se-lhe a de um malfeitor disfarçado.<br />

— Ah! Se o apanho! — murmurou.<br />

E, tendo ouvido passos na sala, saiu <strong>da</strong> janela.<br />

Era o mordomo.<br />

— O chefe de polícia vem? — perguntou-lhe o marquês.<br />

— Vai chegar em um momento.<br />

— Bem. Veremos se esta polícia serve para alguma coisa.<br />

— Creio que a polícia descobrirá tudo...<br />

Passado algum tempo, um criado apareceu na sala e anunciou o<br />

sr. doutor Louro Trigueiro, chefe de polícia.<br />

— Diga-lhe que entre — mandou o marquês.<br />

O criado retirou-se.<br />

Impaciente, o sr. d’Etu deixou o mordomo e correu ao encontro<br />

do chefe de polícia. Meteu uma cabeça<strong>da</strong> no reposteiro para não perder<br />

tempo em afastá-lo...<br />

— Vi! — exclamou involuntariamente.<br />

Acabava de <strong>da</strong>r um encontrão em alguém. Do lado oposto do<br />

reposteiro ouviram-se algumas pragas mal conti<strong>da</strong>s.<br />

<strong>As</strong> mãos de duas pessoas levantaram a mesma ponta de pano, e<br />

o marquês esbarrou no chefe de polícia.<br />

Não move tempo para explicações a propósito <strong>da</strong> cabeça<strong>da</strong>.<br />

— A sua presença é necessária aqui, sr. doutor.<br />

— Sr. marquês —, respondeu graciosamente o chefe, para tudo...<br />

— Houve um roubo no palácio!... Roubaram-me um anel, um<br />

anel, sr. doutor!<br />

— E muitas <strong>jóias</strong> do sr. duque — concluiu o mordomo, notando<br />

que o marquês só se incomo<strong>da</strong>va consigo.<br />

— É grave — disse o chefe de polícia, abandonando o sorriso<br />

cortês de que se revestira ao entrar, e tomando uma serie<strong>da</strong>de de<br />

Javert.<br />

— Gravíssimo! — superlativou o marquês —, pois um anel!...<br />

— E tantos adereços!... — emendou ain<strong>da</strong> o mordomo.<br />

— Onde está o armário que disseram-me que se arrombara?...<br />

O marquês e o mordomo mostraram ao Dr. Louro o<br />

arrombamento, as janelas que haviam aparecido abertas, a cor<strong>da</strong>...<br />

— Um caso de roubo... — murmurou o chefe de polícia,<br />

diagnosticando com uns ares de quem entende...<br />

— De quem se desconfia? — interrogou ele, voltando-se para o<br />

mordomo.<br />

— Sr. doutor, não quero aventurar...<br />

— Eu desconfio de todos! — exclamou precipita<strong>da</strong>mente o<br />

marquês.<br />

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