DEUS - Charles Guimarães Filho
DEUS - Charles Guimarães Filho
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PAZ<br />
São 21h00min, Fortuna entra numa favela com Zeca em estado<br />
de coma na cama da maca. Começa um intenso tiroteio. Bam!<br />
Bang! Swooish! fuiiim! vuum! zum! Rat-rat-rat! rá-tá-tá!<br />
ratataaá-tá.<br />
ZECA (pensando): É desesperador estar no meio de situações<br />
turbulentas como guerras infindáveis, confusão social, grandes<br />
catástrofes naturais, etc. Todavia, o tempo passa e, no momento<br />
oportuno, tem-se de volta a paz, podendo-se desfrutar da<br />
tranqüilidade. De fato, o mundo é assim cheio de vicissitudes.<br />
Tudo no mundo move-se a mercê da vontade divina. Por isso, a<br />
História nada mais é do que o processo do programa divino.<br />
Fortuna pega seu celular aperta umas teclas e começa a falar. O<br />
que estava deitado se levanta assustado com aquela cena<br />
inusitada.<br />
ZECA (pensando): Que coisa ridícula. Deve ser síndrome do<br />
pânico ou estresse de ver filme de terror. Será que ele pensa que<br />
ainda tem guerra fria e que esse telefone é o vermelho de<br />
Moscou-Washington. Com quem ele pensa que está falando?<br />
Entra o Esquadrão Antibombas e vem na frente o desativador de<br />
explosivos com um alicate. Ele é um árabe muçulmano do grupo<br />
xiita, seu nome é KA-BOOM! TA-BUM!<br />
KA-BOOM! TA-BUM! (fazendo sinal com a mão para se<br />
abaixarem): Acocorar-se.<br />
FORTUNA: Eu lá vou ficar nessa posição. No Brasil existe<br />
banheiro, aqui nada de na hora h entrar numa casinha de madeira<br />
com um buraco no meio para soltar o barrão.<br />
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