DEUS - Charles Guimarães Filho

FORTUNA: Em suma, se pode dizer que paz tem como
antônimo o conflito externo quer entre nações, povos,
instituições, comunidades, grupos e indivíduos, bem como o
conflito interno pessoal, e tem como sinônimo desde a trégua, a
docilidade, a tranqüilidade, o equilíbrio e a harmonia. Ou não é?
ZECA (pensando): Com certeza. A harmonia das duas partes – a
material e a espiritual – é que nos fará sentir-nos salvos,
alcançando o estado de verdadeira paz e segurança.
FORTUNA: Assim, oposto de prosperidade, além de doença e
pobreza, é o conflito, ou seja, riqueza e progresso têm relação não
só com a saúde, economia e educação, mas com a paz. Alcançá-la
é superar o conflito, o que exige conhecimento a seu respeito.
ZECA (pensando): Epa! Aquele desatento vai ficar confuso e
intrigado. Entender que conflito é importante para a paz por ser
terceiro maior temor da humanidade. Imaginem quando enfrentar
a paz como algo oriundo do reino animal, pertinente ao plano
inferior? Ih! Desatento não só come cru, como também vê
espantado e entende aparvalhado.
FORTUNA (intrigado): Ka-Boom! Ta-Bum! Quem lhe ensinou
português? Como foi?
KA-BOOM! TA-BUM!: Foi com professor chamado Carreiro
ou Careiro que dizia seu sucesso pedagógico do “ensino pouco e
cobro muito”, cheguei até pedir dinheiro emprestado. Mas, não
sei bem seu nome porque uns o chamava de Sacana outros de
Canalha. Esse professor foi me mandando guardar tudo aqui ...
(apontando com o dedo indicador na sua fronte): ... e disse a
palavra ... guarda tudo aqui na bundinha.
FORTUNA (rindo): Guardou na bundinha o tamanho da
relevância do conflito para si?
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