Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
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<strong>da</strong>s notícias, além <strong>de</strong> ser um instrumento para sedimentar a autori<strong>da</strong><strong>de</strong>, e<br />
veraci<strong>da</strong><strong>de</strong>, do jornalista numa confiável <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A narrativa,<br />
portanto, serve também como legitimação do papel jornalístico perante a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Albuquerque também questiona a importância <strong>da</strong><strong>da</strong> por Motta à<br />
individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> do jornalista no processo <strong>de</strong> escrita <strong>da</strong> narrativa. A narrativa, por<br />
outro lado, seria muito mais influencia<strong>da</strong> por elementos compartilhados como<br />
artefato cultural. Essas questões não aparecem no texto usado como base nessa<br />
pesquisa, mas é importante registrar as contestações e agregar as idéias <strong>de</strong><br />
Albuquerque, visto que esses pontos não são abor<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> maneira clara no texto<br />
usado como base metodológica para essa pesquisa.<br />
Sendo assim, Motta estabelece seis movimentos que vêm a compor a<br />
análise pragmática <strong>da</strong> narrativa jornalística. O primeiro estabelece que é necessário<br />
fazer a “recomposição <strong>da</strong> intriga ou do acontecimento jornalístico”, ou seja, segundo<br />
o autor, é necessário reescrever to<strong>da</strong> a narrativa a partir <strong>da</strong> visão do próprio<br />
pesquisador. O objetivo é ter uma versão <strong>da</strong> narrativa que funcione como referência<br />
para a análise <strong>da</strong>s narrativas a serem estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Esse primeiro movimento sofrerá<br />
uma modificação, mas isso será melhor explicado no próximo capítulo.<br />
O segundo movimento é a “i<strong>de</strong>ntificação dos conflitos e <strong>da</strong> funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
dos episódios”. Aqui, é preciso estabelecer o núcleo em torno do qual gravita tudo o<br />
mais na narrativa, <strong>de</strong>limitar o espaço <strong>de</strong> ação do escân<strong>da</strong>lo, o embate político entre<br />
oposição e governo e, por fim, o conflito central <strong>da</strong> narrativa: a disputa pelo po<strong>de</strong>r.<br />
O terceiro movimento fixa-se nos personagens. Para o autor, não importa<br />
para o pesquisador <strong>de</strong>limitar quem é a pessoa real para uma análise precisa <strong>de</strong> um<br />
personagem baseado na mesma. O mais importante nesse capítulo, tendo em vista<br />
a versão narrativa, é ir a fundo na construção do personagem. Para isso, as<br />
características lista<strong>da</strong>s por Gancho 42 foram usa<strong>da</strong>s como referência para a análise.<br />
O quarto movimento é sobre “as estratégias comunicativas”, que<br />
envolvem a utilização <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> objetivação, que geram efeitos <strong>de</strong> real, como<br />
as <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> lugares e <strong>de</strong> tempo. e <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> subjetivação, que geram<br />
no leitor emoções e sentimentos, como a raiva e a compaixão.<br />
O quinto movimento envolve a “relação comunicativa e o ‘contrato<br />
cognitivo’”. Seriam estu<strong>da</strong>dos tanto a relação dos leitores com os veículos estu<strong>da</strong>dos<br />
42 GANCHO, Cândi<strong>da</strong> Vilares. Como analisar narrativas . São Paulo: Ática, 2002.<br />
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