Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
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<strong>de</strong>sta frase é atribuí<strong>da</strong> a um dos principais lí<strong>de</strong>res políticos mineiros, já falecido,<br />
José Maria Alckmin. Comenta-se que, certa vez, ele teria se encontrado com o exministro<br />
<strong>da</strong> Educação <strong>de</strong> Getúlio Vargas, Gustavo Capanema, que o acusou <strong>de</strong><br />
plágio: ‘Eu inventei a frase e todos dizem que é sua’ – reclamaria Capanema. Veio a<br />
resposta genial: ‘Você tinha mesmo razão. O importante é a versão e não os fatos”.<br />
Este paralelismo é interessante porque torna possível uma interpretação<br />
comparativa, histórica, ao tomar como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> a perspectiva <strong>da</strong> reedição<br />
dos embates jornalístico-políticos entre Samuel Wainer e Carlos Lacer<strong>da</strong> durante o<br />
Getulismo.<br />
Esta pesquisa vai trabalhar a dimensão pragmática do jornalismo<br />
investigativo impresso <strong>de</strong> revista na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira. O objetivo <strong>de</strong> estudo são<br />
as narrativas estabeleci<strong>da</strong>s por Carta Capital e Veja acerca do escân<strong>da</strong>lo do<br />
mensalão nas matérias que tratam do assunto<br />
E por que esses dois veículos? O primeiro motivo se baseia no fato <strong>de</strong><br />
ambos serem revistas com periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> semanal. Assim, é necessário enten<strong>de</strong>r em<br />
que lugar se situa a diferenciação para os outros tipos <strong>de</strong> veículos (televisão, jornais<br />
impressos diários, internet etc.). Segundo Nascimento 3 (p. 18),<br />
<strong>de</strong>fine-se revista como uma publicação periódica <strong>de</strong> formato e temática<br />
varia<strong>da</strong>s que se difere do jornal pelo tratamento visual (melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
papel e <strong>de</strong> impressão, além <strong>de</strong> maior liber<strong>da</strong><strong>de</strong> na diagramação e utilização<br />
<strong>de</strong> cores) e pelo tratamento textual (sem o imediatismo imposto aos jornais<br />
diários, as revistas li<strong>da</strong>riam com os fatos já publicados pelos jornais diários<br />
ou já veiculados pela televisão <strong>de</strong> maneira mais analítica, fornecendo um<br />
maior número <strong>de</strong> informações sobre <strong>de</strong>terminado assunto.<br />
A partir <strong>da</strong>í, surge outro ponto importante para essa conceituação, o qual<br />
resi<strong>de</strong> na interferência <strong>da</strong> veiculação sobre a recepção e a conseqüente influência<br />
disso na produção <strong>da</strong> mesma. Como afirma Goulart 4 , “se a recepção mu<strong>da</strong>, também<br />
existem peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s na produção e emissão dos conteúdos: isso inclui a pauta,<br />
linguagem, apresentação visual, inclui todo o processo <strong>de</strong> circulação <strong>da</strong> informação<br />
até chegar ao <strong>de</strong>stinatário”.<br />
A partir disso, o processo produtivo <strong>de</strong>ve ser pensado como diferenciado<br />
não apenas no <strong>de</strong>adline mais flexível (em relação ao jornalismo diário, por exemplo)<br />
3 NASCIMENTO, Patrícia Ceolin. Jornalismo em revistas no Brasil – um estudo <strong>da</strong>s construções<br />
discursivas em veja e manchete. São Paulo, Anablume, 2002.<br />
4 GOULART, Alexan<strong>de</strong>r. Uma lupa sobre o jornalismo <strong>de</strong> revista. Disponível em:<br />
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=388DAC001 . Acesso em 20 nov. 2007.<br />
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