possibilita um olhar mais cui<strong>da</strong>doso sobre o que realmente está acontecendo -, é fun<strong>da</strong>mental para enten<strong>de</strong>rmos essa narrativa processual. 6
Introdução 7 Capítulo 1 Embora não seja o objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa comparar o jornal A Última Hora com Carta Capital, as relações com o po<strong>de</strong>r e os ataques dos críticos originam um ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> interessante para a discussão que virá em segui<strong>da</strong>. Enquanto Getúlio Vargas era atacado por todos os flancos, o que incluía os jornais <strong>de</strong> Assis Chateaubriand e o “corvo” Carlos Lacer<strong>da</strong>, seja com reportagens e editoriais <strong>de</strong>vastadores, seja apenas com o silêncio, Wainer, amigo pessoal <strong>de</strong> Getúlio, consegue abrir seu jornal 1 (p. 140). Quando a Última Hora nasceu, Carlos Lacer<strong>da</strong> foi assaltado por um ódio ferocíssimo, permanente. Era preciso <strong>de</strong>struir meu jornal, sob o pretexto <strong>de</strong> que a Última Hora recebera irregularmente dinheiro do governo, para liqui<strong>da</strong>r o jornal e, em segui<strong>da</strong>, <strong>de</strong>struir Getúlio Vargas. Ele não me faria mal algum, entretanto, se contasse exclusivamente com seu próprio jornal – a Tribuna <strong>da</strong> Imprensa não encontrava ressonância, era uma ficção jornalística. O problema é que Lacer<strong>da</strong> logo seria auxiliado por Assis Chateaubriand, que lhe franquearia o acesso à TV Tupi, e por Roberto Marinho, que pôs a rádio Globo à sua disposição. No seu livro <strong>de</strong> memórias, por sinal, Lacer<strong>da</strong> afirma que, ao receber esse tipo <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>, sentiu-se invencível”. Wainer recebeu todo tipo <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> do governo fe<strong>de</strong>ral, o que permitia a ele até mesmo entrar sem bater na sala do presi<strong>de</strong>nte do Banco do Brasil, Ricardo Jafet, e sair com os bolsos cheios <strong>de</strong> dinheiro. Hoje, Mino Carta se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s acusações <strong>de</strong> que recebe dinheiro do governo. Há diversos paralelos que po<strong>de</strong>m se estabelecidos. Quais eram as principais missões d’A Última Hora? Pautar o restante <strong>da</strong> mídia e estabelecer outra visão dos fatos. O silêncio sobre a ascensão <strong>de</strong> Vargas <strong>de</strong> volta ao po<strong>de</strong>r era combatido com, por exemplo, uma coluna diária que acompanhava o dia-a-dia do presi<strong>de</strong>nte. Falando <strong>de</strong> fatos e versões, Dimenstein 2 (p. 51) conta uma anedota política diverti<strong>da</strong> sobre o assunto. “Os políticos costumam repetir um velho ditado: ‘em política, o que vale é a versão e não os fatos’. A autoria 1 WAINER, Samuel. Minha razão <strong>de</strong> viver. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Record, 1988. 2 DIMENSTEIN, Gilberto. As armadilhas do po<strong>de</strong>r – Bastidores <strong>da</strong> Imprensa. São Paulo, Summus Editorial, 1990.
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