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Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

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maneira, com a honesti<strong>da</strong><strong>de</strong> balizando a falta <strong>de</strong> caráter dos que vão contra suas<br />

atitu<strong>de</strong>s e a traição <strong>da</strong>queles que o abandonam. Por outro lado, atos corruptos do<br />

presi<strong>de</strong>nte enalteceriam aqueles que trabalham para investigar tais atos, assim<br />

como o senso <strong>de</strong> ética e <strong>de</strong> respeito à coisa pública <strong>da</strong>quele que <strong>de</strong>u o início ao<br />

escân<strong>da</strong>lo.<br />

Carta Capital<br />

Há um pensamento entre os publicitários <strong>de</strong> que uma propagan<strong>da</strong> estaria<br />

muito melhor situa<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma matéria jornalística, porque, além <strong>da</strong>s<br />

informações que quer passar ao cliente, ela estaria envolta com a credibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

socialmente atribuí<strong>da</strong> ao campo jornalístico. A relação aqui não é feita para chamar<br />

a revista Carta Capital <strong>de</strong> agência publicitária ou <strong>de</strong> secretaria <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

governo, mas para mostrar que pequenas mensagens, que por vezes parecem até<br />

mesmo subliminares, estão muito bem localiza<strong>da</strong>s nos meandros <strong>da</strong>s notícias.<br />

Nessa metáfora, a notícia continuaria sendo a notícia e a propagan<strong>da</strong> está<br />

representa<strong>da</strong> pelos editoriais.<br />

Lula é o herói <strong>da</strong> narrativa <strong>de</strong> Carta Capital. Na primeira edição estu<strong>da</strong><strong>da</strong>,<br />

ele já é ameaçado pela oposição <strong>de</strong> um golpe branco e <strong>de</strong> querer sangrá-lo aos<br />

poucos. Isso na versão <strong>da</strong> revista, mesmo porque não há qualquer <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />

um membro <strong>da</strong> oposição sobre o “sangramento”. Mas a construção do mártir parece<br />

ser mais forte se pauta<strong>da</strong> na caricatura <strong>de</strong> seus inimigos. Não bastam as<br />

características superiores às dos que ocupam o mesmo grupo (o político). Também<br />

são importantes para o retrato as ações <strong>da</strong> oposição (que serão estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s mais à<br />

frente).<br />

Nas separações básicas <strong>da</strong>s características do presi<strong>de</strong>nte, a maioria está<br />

situa<strong>da</strong> no grupo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológicas, que se referem ao modo <strong>de</strong> pensar e às opções<br />

políticas do personagem. Para Carta Capital, Lula é um exímio homem político. Ele<br />

exige afastamento <strong>de</strong> integrantes que cometeram irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>spen<strong>de</strong> uma<br />

enorme energia em negociações políticas e é um mestre nos discursos. Mesmo que<br />

eles sejam escritos por ghost writers. A aproximação com o PMDB e a eleição <strong>de</strong><br />

Aldo Rebelo na Câmara dos Deputados são retrata<strong>da</strong>s como gran<strong>de</strong>s vitórias do<br />

presi<strong>de</strong>nte. Não são questionados os métodos <strong>de</strong> fisiologismo, troca <strong>de</strong> cargos ou<br />

liberação <strong>de</strong> recursos, mas que essas vitórias serão úteis para combater a oposição.<br />

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