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Estudo comparativo entre Humanos e outros Primatas

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Johnson para humanos, os macacos mostraram um clímax sexual durante as cópulas (mounts). No<br />

exato momento em que a expressão com arredondamento da boca aparecia na face da fêmea e as<br />

vocalizações roucas eram emitidas, o equipamento registrou uma súbita aceleração da freqüência<br />

cardíaca, para 186 a 210 batidas por minuto, e intensas contrações uterinas. Na verdade, o experimento<br />

relacionava-se ao comportamento de restabelecimento de confiança. As parceiras da fêmea eram outras<br />

fêmeas. As fêmeas de macacos de cauda curta montam uma nas outras apenas durante grandes<br />

agitações, a qual foi criada colocando-se juntas seis fêmeas que normalmente viviam isoladas. Isso<br />

causou uma onda de agressões, seguida por uma série de montadas, como se a excitação agressiva<br />

tivesse sido transformada em excitação sexual....Em resumo, pode ser demonstrado que a postura<br />

sexual que os macacos de cauda curta adotam freqüentemente durante a reconciliação é acompanhada<br />

por sinais fisiológicos de orgasmo”; e “é uma revelação saber que a natureza dotou os macacos de<br />

cauda curta de um incentivo interno para se compor com seus inimigos” (ibidem, p. 153-154).<br />

Segundo Savage-Rumbaugh (1994, p. 40), também as fêmeas de bonobos engajam-se<br />

freqüentemente em encontros sexuais ventroventrais com outras fêmeas, no modo típico de esfregação<br />

genitogenital (GG rubbing), e que incluem uma resposta de clímax. No mesmo sentido, Fedigan (1992,<br />

p. 141) afirma que “o orgasmo nas fêmeas primatas caracteriza-se por uma reação de arrebatamento<br />

(clutching) e vocalizações rítmicas, com espasmos musculares no corpo e contrações na vagina”.<br />

Deste modo, a pesquisa tem revelado que imagem real é bem diferente da fêmea recatada e<br />

pouco sexualizada que se imaginava antigamente. O que parece ser hoje bastante óbvio, dado que as<br />

fêmeas primatas são equipadas com um clitóris, um órgão com uma única função conhecida. Além<br />

disso, as fêmeas estão longe de ser passivas em questões sexuais. Como se viu acima, muitas vezes<br />

elas buscam ativamente a cópula com machos, e fazem isso com freqüência maior do que a<br />

estritamente necessária para a reprodução.<br />

3.7 MACHOS E FÊMEAS: PROMISCUIDADE E EXCLUSIVIDADE<br />

Podemos encontrar <strong>entre</strong> os primatas vários tipos de arranjos sociais. Existem as sociedades<br />

monógamas, compostas por “um macho e uma fêmea que procriam exclusivamente um com o outro”<br />

Coolinge (1993, p. 41). Os “grupos monógamos são relativamente incomuns em primatas, restritos a<br />

uma única espécie em cada um dos grupos taxonômicos dos társios, prossímios e macacos do velho<br />

mundo, mas freqüentes nas famílias Hylobatidae, Callitrichidae e Cebidae” (idem). Existem as<br />

sociedades poligínicas, compostas por um macho e muitas fêmeas, e que são bastante comuns; e ainda<br />

as sociedades multi-machos, multi-fêmeas, “onde um certo número de machos adultos e fêmeas<br />

adultas vivem junto com seus descendentes, sendo comum em primatas mas relativamente raras em<br />

outras espécies animais. A proporção <strong>entre</strong> machos e fêmeas é geralmente por volta de 1 para 2, o que<br />

é provavelmente uma função do padrão de emigração dos machos” (ibidem, p. 42).<br />

Os babuínos hamadríadas são “o pesadelo de uma feminista. Os machos têm o dobro do<br />

tamanho das fêmeas e possuem enormes caninos. Eles mantêm apaixonadamente seus haréns, tratando<br />

as fêmeas como posses que defendem de <strong>outros</strong> machos” (de Waal, 1990, p. 27-28). Eles reconhecem<br />

a posse das fêmeas por parte de cada um e, quando introduzidos a uma gaiola onde já havia um par,<br />

“mesmo machos grandes e totalmente dominantes se mostravam inibidos em lutar. Em vez disso, eles<br />

olhavam para o céu, brincavam com pequenos objetos no chão ou olhavam atentamente a paisagem<br />

externa, mudando a direção do olhar como babuínos que tivessem descoberto algo altamente<br />

interessante” (idem, p. 30).<br />

Segundo Coolinge (1993, p. 128), “o termo promiscuidade, o qual sugere sexo indiscriminado<br />

ou ao acaso, na verdade não reflete o padrão primata de atividade sexual. Comportamentos de<br />

solicitação, tais como a apresentação dos genitais, as exibições (displays) e o grooming mútuo, têm<br />

sido registrados <strong>entre</strong> os machos e fêmeas de quase todos os primatas, indicando que ambos os sexos<br />

estão escolhendo parceiros específicos. <strong>Estudo</strong>s recentes sobre a atividade sexual das fêmeas têm<br />

mostrado que as fêmeas não apenas solicitam machos, mas também podem evitar o acasalamento se<br />

afastando ou simplesmente sentando”.<br />

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