16.04.2013 Views

Estudo comparativo entre Humanos e outros Primatas

Estudo comparativo entre Humanos e outros Primatas

Estudo comparativo entre Humanos e outros Primatas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tronco mais estreito e clavícula mais curta; menos largura do ilíaco e sacro; menor dimorfismo sexual;<br />

membros superiores e inferiores de igual comprimento; maior freqüência de andar bipedalmente.<br />

Segundo estes autores (p. 344), o “P. paniscus proporciona um termo de comparação adequado em<br />

relação ao Australopithecus: eles são semelhantes quanto ao tamanho do corpo, dimensões póscraniais<br />

e mesmo em relação a características craniais e faciais, embora este Australopithecus tenha<br />

uma maior capacidade cranial (485 cm 3 ) do que o P. paniscus (350 cm 3 )”. O comprimento do fêmur, e<br />

os diâmetros da cabeça do fêmur e da acetábulo seriam também bastante semelhantes. As diferenças<br />

maiores estariam no comprimento do úmero e na largura e comprimento dos ossos ilíaco e sacro.<br />

Segundo de Waal (1990, p. 179), “o bonobo tem sido chamado o mais inteligente dos animais e<br />

o ape que mais lembra nossos ancestrais.... As proporções do corpo do bonobo, especialmente suas<br />

pernas relativamente pesadas, estão mais próximas daquelas do Australopithecus do que as proporções<br />

de qualquer outro ape vivo. Bonobos ficam em pé e andam sobre duas pernas mais freqüentemente e<br />

com maior facilidade do que os chimpanzés comuns, que não endireitam tanto suas costas. Quando os<br />

bonobos ficam em pé, eles parecem ter saído diretamente das reproduções artísticas do homem préhistórico”<br />

(idem, p. 181).<br />

Outra característica notável é que “os bonobos são notavelmente mais pacíficos do que os<br />

<strong>outros</strong> grandes apes” (idem, p. 40). Mas o que os destaca como únicos, só encontrando paralelo nos<br />

humanos d<strong>entre</strong> os primatas, é o modo como sua vida é permeada pela sexualidade e sensualidade.<br />

De Waal (idem, p. 199) nos conta, por exemplo, que “um novo tratador do zoológico, sem<br />

familiaridade com os tipos de encontro sexual dos bonobos, certa vez aceitou um beijo de Kevin. Ele<br />

ficou perplexo quando sentiu a língua de Kevin em sua boca! O hábito de beijo de língua é uma das<br />

marcantes diferenças <strong>entre</strong> o erotismo apaixonado deste ape e o sexo funcional, um tanto entediante,<br />

do chimpanzé comum. Os chimpanzés mostram muito poucas variações no ato sexual, e a maior parte<br />

do sexo em adultos está ligada à reprodução. Os bonobos, em contraste, praticam qualquer variação<br />

concebível, como se estivessem seguindo o Kama Sutra. Sua vida sexual é amplamente divorciada da<br />

reprodução, servindo também a muitas outras funções. Uma delas, tenho certeza, é o prazer, e outra é a<br />

resolução de conflito e tensão”. As fêmeas bonobos “estão em estado sexualmente atrativo, com os<br />

genitais inchados, quase 75 porcento do tempo. Na chimpanzé este número é de apenas 50 porcento”<br />

(idem).<br />

Os bonobos “não se intimidam diante de acrobacias sexuais, chegando mesmo ao ponto de se<br />

acasalar enquanto pendurados em cordas” (idem, p. 201). Apesar de todo o empenho sexual, “as<br />

cópulas são curtas de acordo com a padrão humano: duram em média 13 segundos, com um máximo<br />

de meio minuto” (ibidem). “A forte sensualidade da espécie também era evidente em relação à autoestimulação<br />

dos lábios, mamilos ou genitais. Se Kalind estava frustrado porque ninguém queria<br />

repartir comida consigo, ele ficava andando com o beiço amuado, acariciando um mamilo com seu<br />

polegar. A masturbação era realizada com a mão ou o pé, mas nunca era levada até o clímax. Quer<br />

dizer, não pelos machos; em relação às fêmeas isso era mais difícil de julgar” (ibidem, p. 205).<br />

Outra característica dos bonobos é que eles praticam o sexo frente a frente, face a face, olho no<br />

olho. Antes de se descobrir isso, esta posição era considerada exclusiva dos humanos, e “o<br />

acasalamento face a face era visto como prova da dignidade e sensibilidade que separava humanos<br />

civilizados dos assim chamados sub-humanos .... Sentia-se que os povos primitivos iriam beneficiar-se<br />

grandemente da educação sobre este modo de realizar o ato sexual, daí o termo posição do<br />

missionário” (de Waal & Lanting, 1997, p. 101). Esta posição permite um maior contato emocional e<br />

trocas mais íntimas. Entre os bonobos, a atividade sexual pode ser até mesmo interrompida caso um<br />

dos parceiros (tanto o macho como a fêmea) perceba sinais de desinteresse no outro, tais como falta de<br />

contato ocular, bocejo etc. (idem, p. 104-105).<br />

Os contatos sexuais <strong>entre</strong> indivíduos do mesmo sexo são freqüentes. Na esfregação genitogenital<br />

(ver item 3.9), “as fêmeas esfregam seus clitorises juntos com uma média de 2,2 movimentos<br />

laterais por segundo: o mesmo ritmo de um macho arremetendo” (idem, p. 103). Entre os machos, uma<br />

postura que ocorre bastante é quando os machos ficam de costas um para o outro e esfregam seus<br />

46

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!