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Estudo comparativo entre Humanos e outros Primatas

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parceiro menor, mais submisso e mais jovem. Em muitas espécies, o comportamento ameaçador ou<br />

agressivo que mantém a segurança, o lugar na hierarquia e o território, parece indistinguível do<br />

comportamento de corte do macho. Ambas as formas de conduta envolvem os mesmos gestos, rituais e<br />

modos de ataque. Um comportamento que em um homem teria o significado de um forte desejo<br />

homossexual do tipo ativo pode ser apenas o subproduto das tendências agressivas e assertivas do<br />

mamífero macho. Isto não é tudo, <strong>entre</strong>tanto, dado que muitos animais irão montar um outro do<br />

mesmo sexo apenas se nenhuma fêmea puder ser encontrada. Entre certos primatas, <strong>entre</strong>tanto, que são<br />

os animais mais próximos do homem na escala evolutiva, machos adultos têm sido vistos<br />

estabelecendo alianças homossexuais inconfundíveis mesmo quando fêmeas estavam prontamente<br />

disponíveis. Parece ser uma regra geral que as espécies mais inteligentes, aquelas que chegam mais<br />

perto da humanidade em versatilidade e capacidade de aprender, tais como os golfinhos, mostram a<br />

maior variedade de comportamento autoerótico e homoerótico”.<br />

“Poucos animais em estado natural desenvolvem uma preferência exclusiva pelo mesmo sexo<br />

do modo que às vezes os humanos fazem; mas é possível induzir esta preferência em ratos adultos<br />

machos através da prolongada segregação em relação às fêmeas .... e apesar de alguns deles reverterem<br />

rapidamente à heterossexualidade se tiverem a oportunidade, <strong>outros</strong> mostram pouco interesse e<br />

continuam por um período indefinido a preferir os de seu mesmo sexo” (idem, p. 30-31).<br />

Segundo Edwards (1991, p. 231), “o ato de montar membros do mesmo sexo é comum em<br />

macacos, mas menos freqüente <strong>entre</strong> apes e prossímios. Montadas <strong>entre</strong> machos têm sido relatadas nos<br />

grandes apes (chimpanzés, bonobos, gorilas da montanha), mas em relação aos apes menores (gibões e<br />

siamangues) existe apenas uma referência ao comportamento homossexual”. Ela relata, em estudo<br />

sobre gibões (Hylobates lar), que “foram observadas 55 interações sexuais <strong>entre</strong> o macho adulto,<br />

George, e o macho adolescente, Floyd” (idem, p. 232). Os encontros eram iniciados por ambos, e eles<br />

aproximavam-se face a face, a um metro de distância, ocorrendo a apresentação sexual por George<br />

(sentado, pernas abertas). Então,”Floyd agarrava George de frente, na altura da cintura, com suas<br />

pernas. Isto foi denominado um „abraço‟. Em 74 % das ocasiões, um abraço deste tipo resultou em<br />

contato genital <strong>entre</strong> os machos, com Floyd descendo seu corpo até que a parte de trás de seus joelhos<br />

repousasse nas coxas de George. Durante 38 % das ocasiões de contato genital, um dos machos (em<br />

geral Floyd) então realizava impulsões (thrusts) pélvicas rápidas. Estas impulsões não eram<br />

observadas na ausência de contato genital .... Os dois machos então se separavam, com Floyd saindo<br />

primeiro em 76 % das ocasiões. A ejaculação nem sempre acompanhou as impulsões. No momento da<br />

separação, um deles, ou ambos, apresentava uma ereção, mesmo quando não haviam ocorrido<br />

impulsões pélvicas. Em duas ocasiões, depois que Floyd havia realizado impulsões, uma ejaculação foi<br />

claramente visível no tufo parapeniano de George. George foi observado recolhendo o líquido com<br />

seus dedos e comendo-o” (ibidem, p. 232-233).<br />

<strong>Estudo</strong> de Hashimoto (1997, p. 13) sobre bonobos em Wamba, no Zaire, revelou que, <strong>entre</strong><br />

adultos machos e fêmeas, a freqüência de contato genital <strong>entre</strong> indivíduos do mesmo sexo foi várias<br />

vezes maior do que a freqüência de cópulas e de contatos genitais heterossexuais.<br />

Ainda em relação aos bonobos, de Waal (1990, p. 201) comenta que “<strong>entre</strong> os machos os<br />

padrões variaram de montadas apressadas por trás até abraços excitados face a face, com impulsões e<br />

esfregação peniana mútua. Embora os machos nessas situações nunca chegassem à penetração ou<br />

ejaculação, os seus contatos sexuais eram de uma intensidade fora do comum para primatas nãohumanos”.<br />

Além disso, “quando um dos machos tinha uma ereção durante a agitação, ele poderia<br />

caminhar até um dos companheiros de brincadeira e colocar seu pênis em sua boca. Em certas<br />

ocasiões, todos os quatro juvenis participavam do sexo grupal; alguns engajavam-se em felação<br />

enquanto <strong>outros</strong> se retorciam com seus genitais em contato ou praticavam beijos de língua” (idem, p.<br />

204). Quanto às fêmeas, muitas vezes elas “engajavam-se em um padrão de ligação único da espécie.<br />

Conhecido como esfregação GG (genito-genital rubbing), ele foi observado tanto na vida selvagem<br />

quanto em outras colônias cativas. Com as barrigas tocando-se e as faces próximas, as duas fêmeas<br />

esfregam seus inchaços genitais ao mesmo tempo, com movimentos laterais rápidos. Às vezes uma<br />

fêmea fica deitada de costas, mas em geral ela se gruda à parceira com as pernas abraçando a cintura<br />

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