16.04.2013 Views

Josiane Thethê Andrade - Programa de Pós-Graduação em História ...

Josiane Thethê Andrade - Programa de Pós-Graduação em História ...

Josiane Thethê Andrade - Programa de Pós-Graduação em História ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Além das indústrias que atraíam migrantes, outra saída para alguns foi<br />

aventurar-se na fronteira agrícola <strong>em</strong> movimento. Nos anos <strong>de</strong> 1950 a 1980, regiões<br />

do Brasil, até então com gran<strong>de</strong> potencial econômico, mas pouco exploradas (Norte,<br />

Centro-Oeste, principalmente), passaram a atrair migrantes graças às ações do<br />

Estado na criação <strong>de</strong> ―estradas <strong>de</strong> rodag<strong>em</strong> e investimentos na infraestrutura<br />

econômica e social, eletricida<strong>de</strong>, polícia e justiça, escolas, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, etc. nas<br />

cida<strong>de</strong>s que foram nascendo ou revivendo na marcha para o interior do país‖<br />

(MELLO & NOVAIS, 1998, p. 580).<br />

As melhorias técnicas foram sentidas, no campo, <strong>de</strong> forma mais efusiva, a<br />

partir dos anos 60, com a utilização crescente <strong>de</strong> tratores, impl<strong>em</strong>entos agrícolas<br />

sofisticados, adubos e inseticidas, além da política do crédito rural, entre outros<br />

fatores. Isso resultou na diminuição <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho, conduzindo o hom<strong>em</strong> do<br />

campo às capitais brasileiras à procura <strong>de</strong> trabalho, sendo alguns absorvidos pela<br />

indústria; mas, muitos, s<strong>em</strong> especialização que não a do trabalho no campo<br />

incharam as periferias das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, favorecendo a formação <strong>de</strong> favelas e<br />

estabelecendo ocupações irregulares.<br />

Ao que parece, no Vale do Jiquiriçá, as introduções <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos da<br />

mo<strong>de</strong>rnização e incr<strong>em</strong>entos na infraestrutura das cida<strong>de</strong>s da região refletiram as<br />

mudanças que ocorriam <strong>em</strong> âmbito nacional, resultando num acentuado êxodo rural,<br />

que <strong>de</strong>ve ser interpretado à luz da <strong>de</strong>cadência/estagnação das bases produtivas<br />

locais entre os anos <strong>de</strong> 1930 a 1970 (SEBRAE, 1995, p. 30-40).<br />

Nesse período, a região do Vale do Jiquiriçá sofreu uma queda acentuada<br />

na produção agrícola, a maior responsável pelo sustento econômico da região. A<br />

crise foi fruto da <strong>de</strong>cadência experimentada com as perdas na comercialização do<br />

seu principal produto à época – o café – e a consequente <strong>de</strong>sativação da Estrada <strong>de</strong><br />

Ferro <strong>de</strong> Nazaré na década <strong>de</strong> 1960, que foi implantada para o escoamento da<br />

produção agrícola, sobretudo do café, até às portas da exportação, causando uma<br />

séria crise econômica nos municípios do Vale, sentida pela população rural com a<br />

diminuição dos postos <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregos e da rentabilida<strong>de</strong> da produção, tornando a<br />

saída do campo uma das soluções para a crise.<br />

Nos anos 80 e 90, a região ganhou um novo ânimo econômico com a<br />

retomada da produção cafeeira regional, a expansão da pecuária e da lavoura<br />

cacaueira. Por outro lado, o êxodo rural permaneceu <strong>de</strong>vido às características<br />

<strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s econômicas, concentradoras <strong>de</strong> terras e rotativa da mão-<strong>de</strong>-obra,<br />

94

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!