Desenho e gestão de uma política pública de intermediação ... - IDT
Desenho e gestão de uma política pública de intermediação ... - IDT
Desenho e gestão de uma política pública de intermediação ... - IDT
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>de</strong>sempregados, mediante um conjunto <strong>de</strong> indicadores: pouco mais <strong>de</strong> 5,148 milhões <strong>de</strong><br />
trabalhadores inscritos, 1,170 milhão <strong>de</strong> vagas <strong>de</strong> trabalho ofertadas e mais <strong>de</strong> 870 mil<br />
colocações no mercado <strong>de</strong> trabalho. Naquele mesmo ano, o Sistema executou um<br />
orçamento próximo a R$100 milhões <strong>de</strong> reais.<br />
A manutenção <strong>de</strong> um serviço público <strong>de</strong> <strong>intermediação</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra<br />
justifica-se, no plano teórico, <strong>de</strong>vido a inúmeros fatores relacionados, por exemplo, à<br />
existência <strong>de</strong> <strong>uma</strong> dinâmica concentradora no mercado <strong>de</strong> trabalho, informações<br />
imperfeitas, manutenção <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, alta rotativida<strong>de</strong> da mão-<strong>de</strong>-obra e<br />
precarização das relações <strong>de</strong> trabalho – características intrínsecas ao funcionamento do<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho em <strong>uma</strong> or<strong>de</strong>m capitalista.<br />
A<strong>de</strong>mais, o mercado do trabalho brasileiro, assim como outros mercados <strong>de</strong><br />
trabalho da região, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados da década passada, expõe um conjunto <strong>de</strong><br />
características que favorecem a sua <strong>de</strong>sorganização institucional, implicando necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> maior intervenção <strong>pública</strong> para reduzir e/ou controlar relações <strong>de</strong> trabalho<br />
<strong>de</strong>gradadas. Dentre os principais traços <strong>de</strong>sestruturantes do mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />
<strong>de</strong>stacam-se: alta participação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong>, elevado grau <strong>de</strong><br />
assalariamento informal, expansão <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> terceirização por meio <strong>de</strong> contratos<br />
não-padronizados, muitas vezes não-institucionalizados, duração <strong>de</strong> jornadas <strong>de</strong> trabalho<br />
relativamente maiores para os padrões oci<strong>de</strong>ntais, baixa remuneração real, elevado grau<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> na distribuição dos rendimentos do trabalho, inclusive entre os pisos<br />
salariais setoriais, alto grau <strong>de</strong> discriminação por gênero e cor e elevada <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />
intra grupos educacionais. Nesse contexto, os serviços oferecidos pelo Sistema Público <strong>de</strong><br />
Emprego, Trabalho e Renda po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados essenciais, sobretudo para o<br />
atendimento dos trabalhadores <strong>de</strong> baixa renda, para os quais o custo da procura <strong>de</strong> um<br />
emprego é mais oneroso, seja por iniciativa própria, ou por intermédio das agências<br />
privadas <strong>de</strong> emprego.<br />
Além disso, as recentes mudanças institucionais relativas ao sistema público<br />
<strong>de</strong> emprego brasileiro, resultantes das <strong>de</strong>cisões dos últimos congressos nacionais<br />
voltados a <strong>de</strong>bater e propor reformulações, realizados entre final <strong>de</strong> 2004 e meados <strong>de</strong><br />
2005, estabeleceram que a ação <strong>de</strong> <strong>intermediação</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong>ve ser a porta <strong>de</strong><br />
entrada do trabalhador no Sistema, ora <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> “Sistema Público <strong>de</strong> Emprego,<br />
Trabalho e Renda”.<br />
Este documento tem como principal propósito analisar a <strong>política</strong> e o serviço<br />
público <strong>de</strong> <strong>intermediação</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra no Brasil, com enfoque em seu <strong>de</strong>senho e sua<br />
<strong>gestão</strong>. Trata <strong>de</strong> sua institucionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> <strong>de</strong>mais aspectos relacionados à construção<br />
<strong>de</strong>ssa <strong>política</strong>. Também apresenta e discute questões relativas à operacionalização <strong>de</strong>sse<br />
serviço, sejam ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento, execução e <strong>gestão</strong>, como aquelas <strong>de</strong><br />
monitoramento, controle e avaliação, tópicos que compõem os três últimos capítulos.<br />
O primeiro capítulo discute as fronteiras e a concepção do serviço público <strong>de</strong><br />
emprego no Brasil, o segundo trata da constituição <strong>de</strong>sse serviço e o terceiro capítulo<br />
analisa os principais aspectos conceituais relacionados aos serviços <strong>de</strong> <strong>intermediação</strong> <strong>de</strong><br />
mão-<strong>de</strong>-obra, contemplando também a atuação das agências privadas <strong>de</strong> emprego. As<br />
consi<strong>de</strong>rações finais <strong>de</strong>stacam outras questões relevantes que compõem a agenda das<br />
<strong>política</strong>s <strong>de</strong> emprego, assim como da operacionalização <strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programa.<br />
10