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sta da Costa — S. Jeronymo
de novo, como se o mundo houvesse parado
entre os clássicos e os românticos, depois
de um século. Nem somente o ensino
da Escola Nacional de Bellas Artes era feito
neste espirito, como também os artistas,
ditos livres, procodiam de igual Iheor.
Era como se em literatura tivessemos perdurado
no cstylo e na factura de Alexandre
Dumas, ou se continuássemos a prosear
como Macedo, na Moreninha, e como Casemiro
de Abreu, poetar, nas Primaveras.
Naturalmente que do ponto de vista historico,
aquelles autores assumem importância,
a língua literaria evolue, a vida se
transforma, e a arte de escrever, como
qualquer outra, deve evoluir também, se
as artes são espelhos vivos da realidade.
No caso do movimento impressionista, sobe
de vulto aquelle retardado da arte brasileira:
havia uma technica verdadeiramente
nova, conseguira-se estudo da luz inédito,
dando-se á pintura de ar livre um valor
que nunca tivera, nem com Corot, nem
ccm Coubert. Certos aspectos da natureza
jamais haviam sido pintados, antes das innovações
dos impressionistas. A contribuição
de Jongkind, Boudin, e principalmente
Claude Monet dominava todas as escolas
de pintura do fim do século passado, tanto
sm França, como na Bélgica, como na Allemanha,
na Italia. No meio de todos estes
phenomenos de ordem artistico-scientifica
— (impressionismo, neo-impressionismo, dívisionismo,
e mais especialmente pontilhismo)
— de tão ampla repercussão internacional,
a tudo isto, a arte brasileira se mostrava
incrédula senão indifferente.. Naturalmente
que um estabelecimento, como a
Escola Nacionrl de Bellas Artes que tão
validamente tem contribuído para a nossa
vitalidade artística, tem uma pedagógica,
e não poderá estar a ensinar, aos seus
alumnos, as volúveis variantes da moda na
pintura. Infelizmente, neste caso, não se
tratava nem de moda, nem de volubilidade.
Era uma real conquista da arte, tão
importante como certas descobertas no
domínio da sciencia.
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