universidade federal de pernambuco centro de artes e comunicação ...
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• Tonicida<strong>de</strong> da sílaba: Não sabemos <strong>de</strong> fato se há uma relação <strong>de</strong><br />
causa estabelecida, mas, dos dados analisados, a incidência das reduções<br />
recai, em sua maioria, nas silabas tônicas, quer seja a palavra monossílaba,<br />
dissílaba, trissílaba ou polissílaba.<br />
c.3) Variáveis sociais 18 :<br />
• Faixa etária: Dentre os fatores sociais analisados, este parece se<br />
<strong>de</strong>stacar como mais relevante no processo <strong>de</strong> redução da palavra, a<br />
abreviação. Contudo, não po<strong>de</strong>mos esquecer que essa relação só é<br />
<strong>de</strong>terminante nos gêneros digitais. Ao que parece, esse fato se <strong>de</strong>ve à razão<br />
<strong>de</strong> serem os jovens aqueles que mais utilizam as novas tecnologias digitais e,<br />
conseqüentemente, a linguagem peculiar. Nos <strong>de</strong>mais gêneros, esse fator<br />
parece ocorrer in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ida<strong>de</strong> do produtor do texto.<br />
• Grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>: Como não foi possível <strong>de</strong>terminar com<br />
precisão o grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> dos informantes (remetentes e <strong>de</strong>stinatários),<br />
em se tratando dos autores <strong>de</strong> textos dos séculos anteriores, XVIII e XIX,<br />
dividimos estes em mais alfabetizados e menos alfabetizados. Para tanto, não<br />
adotamos o conceito <strong>de</strong> letramento, mas sim a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> que alfabetizado é<br />
aquele que escreve e lê, já que aqui era condição sine qua non 19 do nosso<br />
objeto <strong>de</strong> estudo.<br />
• Sexo: Embora nas cartas só tenha havido um caso <strong>de</strong> remetente<br />
do sexo feminino, já que não era permitido à mulher o direito <strong>de</strong> escrever,<br />
ficando restrito ao homem essa tarefa, nos <strong>de</strong>mais gêneros, on<strong>de</strong> foi possível<br />
manter uma equivalência quanto ao sexo, vimos que esse fator não é relevante<br />
para <strong>de</strong>terminação das abreviações.<br />
18 Depen<strong>de</strong>ndo da situação em que se encontrar, a varieda<strong>de</strong> lingüística utilizada por um<br />
falante será relativa à sua região <strong>de</strong> origem, classe social, ida<strong>de</strong>, escolarida<strong>de</strong>, sexo etc.<br />
(MUSSALIM, Fernanda, BENTES, Anna Christina (orgs.), 2005).<br />
19 É verda<strong>de</strong> que alguns podiam exercer a função <strong>de</strong> “escritor” e “leitor” da carta para aqueles<br />
que não dominavam tais capacida<strong>de</strong>s. No século XVI, existiam os upografeis, pessoas que<br />
escreviam por aqueles que não sabiam fazê-lo. Exemplos disso são as narrativas <strong>de</strong> vida<br />
popular que, freqüentemente <strong>de</strong>legavam a uma pessoa próxima a ativida<strong>de</strong> da escrita. Por<br />
exemplo: Uma criança que escreve por seus pais e, no exército, um conscrito mais bem<br />
alfabetizado que redige a correspondência <strong>de</strong> seus colegas (CHARTIER, 2002, p. 92-93).<br />
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